Resultantes ambientais da drenagem de superfícies brejais e lacustres na baixada Campista, Norte do Estado do Rio de Janeiro, Brasil

Abstract

Intervenções em ambientes fluviais são medidas tomadas pelo homem desde que este se tornou sedentário. Na baixada Campista, elas tiveram por objetivo principal criar as condições ideais para o estabelecimento da agroindústria açucareira e a ampliação das áreas de cultivo da cana-de-açúcar. Para tanto, foi feita uma ampla drenagem das superfícies brejais e lacustres da região por meio da implantação de uma rede de canais artificiais. Verifica-se que, no presente, as estruturas em questão atuaram de tal modo a intensificar as consequências dos desastres ambientais deflagrados por inundações e secas. Diante deste contexto, o presente trabalho se propõe a fazer um resgate histórico desse processo de drenagem, assim como avaliar as resultantes ambientais advindas de tais intervenções, especialmente, no que se refere à hidrologia dos ambientes fluviais que caracterizam os baixos cursos dos rios e ao agravamento de eventos hidrológicos extremos deflagradores de desastres ambientais.

Dinâmica socioambiental e os desafios para o desenvolvimento urbano em Campos dos Goytacazes

“…De todo modo, o rio Paraíba do Sul é um elemento importante para entender não apenas as questões ambientais, mas a própria organização e segregação socioespacial municipal, assim como os desafios postos para o desenvolvimento urbano. Além disso, o município também apresenta outros rios e lagoas (Soffiati, 2013;Quinto Jr., 2017;Leite, 2021;Chrysostomo, 2009) que sofreram inúmeras intervenções por parte do Estado. Segundo Leite (2021), foi realizada na região uma drenagem em larga escala a fim de atender às necessidades de expansão e consolidação da agroindústria do açúcar e do álcool; essa ação "passou a ser uma política de estado que visava à criação das condições propícias ao amplo desenvolvimento da monocultura canavieira" (Leite, 2021, p. 2), na lógica extrativista.…”

“…Além disso, o município também apresenta outros rios e lagoas (Soffiati, 2013;Quinto Jr., 2017;Leite, 2021;Chrysostomo, 2009) que sofreram inúmeras intervenções por parte do Estado. Segundo Leite (2021), foi realizada na região uma drenagem em larga escala a fim de atender às necessidades de expansão e consolidação da agroindústria do açúcar e do álcool; essa ação "passou a ser uma política de estado que visava à criação das condições propícias ao amplo desenvolvimento da monocultura canavieira" (Leite, 2021, p. 2), na lógica extrativista. O problema é que "a ampla drenagem das superfícies brejais e lacustres da região por meio da implantação de uma rede de canais artificiais" (Leite, 2021, p. 3) se tornou responsável pela intensificação dos efeitos dos desastres ambientais até os dias atuais, como as inundações e as secas.…”