Descritores: Doenças da córnea/diagnóstico; Doenças da córnea/cirurgia; Topografia da córnea; Procedimentos cirúrgicos oftalmológicos
INTRODUÇÃOO termo "la dystrophie marginale infereure pellucide de la cornee" foi introduzido em 1957 por Schlaeppi (1) . No entanto, a primeira caracterização detalhada da degeneração marginal pelúcida da córnea (DMPC) foi feita por Krachmer em um artigo publicado em 1978 (2) .A DMPC é uma ectasia corneal pouco freqüente, não inflamatória, não ulcerativa, geralmente bilateral, sem predileção aparente por sexo, sem evidência de transmissão hereditária, acomete indivíduos entre 20 e 40 anos de idade (3)(4)(5)(6)(7) .A etiologia da DMPC não está estabelecida. A microscopia eletrônica de transmissão da córnea revela fibras colágenas anormalmente espaçadas com uma periodicidade de 100 nm a 110 nm, que contrasta com 60 nm a 64 nm achados em córneas normais (8) . Tal condição também é encontrada em casos avançados de ceratocone. O enfraquecimento dessas fibras coláge-nas estromais na DMPC e em outras ectasias corneais resulta no afilamento corneal observado.
OBJETIVOSAvaliar as características clínicas e topográficas que permitem o diagnóstico da DMPC, bem como revisar os tratamentos existentes para a correção desta ectasia corneal.
Degeneração marginal pelúcida da córnea: diagnóstico e tratamentoA degeneração marginal pelúcida da córnea caracteriza-se por afilamento estromal progressivo do segmento inferior da córnea, estendendo-se na posição de 4 horas às 8 horas, em forma de crescente. A área de adelgaçamento corneal mede entre 1 mm e 2 mm de largura e é separada do limbo corneoescleral por uma área de tecido corneal normal. Como no ceratocone, o tratamento inicial consiste na correção óptica com óculos ou lentes de contato rígidas. Entretanto, quando a doença apresenta-se em estágio avançado, inviabiliza-se a correção visual por meio de recursos ópticos, sendo necessária a utilização de procedimentos cirúrgicos, como a ressecção em cunha, ressecção lamelar em crescente, a ceratoplastia penetrante, a ceratoplastia lamelar, epiceratoplastia, e mais recentemente os implantes de anéis corneais intra-estromais.
RESUMOATUALIZAÇÃO CONTINUADA