RESUMO:Durante o processo de branqueamento a celulose é tratada com reagentes químicos que, ao se tornarem resíduos na polpa, podem interferir na ação dos alvejantes óticos. Diferentes sequências de branqueamento podem produzir polpas com o mesmo grau de alvura, mas com potenciais diferentes para incremento da brancura por meio da aplicação de alvejantes óticos. Neste trabalho, objetivou-se avaliar a influência da sequência de branqueamento da celulose na eficiência de alvejantes óticos dos tipos dissulfonados e tetrassulfonados. Foram utilizadas polpas kraft de eucalipto branqueadas por quatros sequências de branqueamento em três níveis de alvura. Para cada sequência de branqueamento foi gerado um modelo matemático predizendo a brancura final da polpa em função da alvura inicial e carga (quantidade de reagente) de alvejante aplicada. Foi constatado que a presença de resíduos organoclorados na celulose reduz a eficiência dos alvejantes. Sequências que utilizam menor carga de dióxido de cloro possibilitam maiores ganhos na brancura com a aplicação de alvejantes óticos. A substituição de um estágio final de branqueamento com dióxido de cloro por um estágio com peróxido de hidrogênio aumentou a eficiência dos alvejantes.Palavras-chave: alvejante ótico, branqueamento, celulose de eucalipto.
EFFECTS OF THE BLEACHING SEQUENCE ON THE OPTICAL BRIGHTENERS ACTION IN EUCALYPTUS KRAFT PULP
INTRODUÇÃOAlvura e brancura são propriedades da celulose que expressam o quanto branco a celulose se apresenta. A alvura é calculada baseada na refletância apenas de radiação nos comprimentos de onda próximos à 457nm (faixa do azul), enquanto que a brancura considera a refletância em toda a região do visível, que vai de 400nm à 700nm (JORDAN, 1996).A alvura é muito utilizada pelas indústrias de celulose. Por se tratar de um material amarelado, a celulose absorve radiação violeta e azul-violeta (LEONARDI, 1990). Ao remover os compostos que conferem a coloração amarelada, o processo de branqueamento aumenta a reflexão de radiação na faixa do azul, o que torna a análise de alvura eficiente para o controle do processo de branqueamento (DENCE;REEVE, 1996).As indústrias de papel necessitam de um controle mais rigoroso das características óticas do seu produto. Portanto, utilizam a análise de brancura, que ao avaliar a reflectância em toda a região do visível, expressa um valor para o branco mais coerente com a percepção do olho humano.Para atingir elevado grau de brancura, a celulose pode ser tratada com alvejante ótico. Segundo Pelissari et al. (2003), dependendo da composição da polpa, os alvejantes óticos são responsáveis por 25 a 35 % da brancura final do papel. O branqueamento ótico é considerado como o