A pandemia da COVID-19 trouxe profundas marcas à população brasileira. Ante essa realidade, estudiosos das mais diversas áreas buscam compreender como a sociedade foi afetada com a circulação do novo coronavírus. Apesar de no início ter sido ventilada a possibilidade de um impacto quase nulo no Brasil, ideia ancorada em uma possível dificuldade do coronavírus em se propagar em clima tropical, a realidade se mostrou diferente, uma vez que, no final do mês de fevereiro de 2020 o vírus foi detectado no país e a partir de então, diversos danos foram causados pelo mesmo. O presente artigo tem por objetivo analisar como a pandemia da COVID-19 modificou a base do culto pentecostal brasileiro, em especial, como os elementos estruturais desse rito precisaram ser repensados para que as igrejas conseguissem se adaptar às novas realidades da sociedade frente aos iminentes desafios de saúde pública. Dessa forma, buscou-se investigar os elementos simbólicos da liturgia pentecostal, sob a perspectiva de Bourdieu. Por fim, foi possível compreender que o pentecostalismo enquanto segmento religioso valoriza a interação do fiel com o sagrado, o que pode facilitar a adaptação dessa doutrina nas mais adversas situações.