Introdução: o manejo das neoplasias de tireoide é muitas vezes difícil pela incerteza do risco de malignidade. Quando suspeita-se de um nódulo tireoidiano, exames ultrassonográficos (USG) e punção aspirativa de agulha fina (PAAF) auxiliam a conduta, avaliando a necessidade da excisão cirúrgica. Objetivo: analisar os fatores predisponentes à nódulos tireoidianos malignos em pacientes tireoidectomizados e discutir a conduta realizada com base na classificação ACR-TIRADS e sistema Bethesda. Metodologia: estudo retrospectivo com base nos dados de 2011 a 2021 em um Hospital Privado do sul do Brasil em pacientes submetidos a Tireoidectomia que realizaram PAAF e USG. Calculou-se a razão de chance (RC) com intervalo de confiança de 95% e os valores foram considerados significativos quando P<0,05. Resultados: dos 360 pacientes, houve taxa de malignidade de 60,5%, com maior incidência no sexo masculino (RC 1,997). Em relação as características dos nódulos malignos, esses apresentaram tamanho de 1,00 a 2,50 cm, composição sólida e margens mal definidas, porém essas características foram descartadas no cálculo de RC bruta. Entre os nódulos malignos, 36,7% deles eram TI-RADS 5 (RC 1,772) e 11,5% TI-RADS 3 (RC 0,411), 3,2% Bethesda IV (RC 0,261), 42,2% Bethesda V (RC 9,638) e 35,8% Bethesda VI (RC 75,557). Conclusão: os resultados ultrassonográficos isolados não se confirmaram confiáveis para a análise do padrão de agressividade dos nódulos tireoidianos. A citologia por PAAF e análise histopatológica demonstrou que nódulos classificados em Bethesda V e Bethesda VI foram associados à altos índices de malignidade, enquanto os padrões intermediários esses resultados não se confirmaram.