A lesão medular (LM) repercute altamente no nível de incapacidade física. Pessoas com LM que utilizam dispositivo auxiliar de mobilidade tendem a desenvolver maior independência funcional. O objetivo foi avaliar a correlação entre independência funcional em atividades de vida diária e a satisfação com o uso de tecnologia assistiva (cadeira de rodas) em pessoas com lesão medular. Trata-se de um estudo transversal analítico com abordagem quantitativa. A amostra foi de 146 participantes com lesão medular traumática com paraplegia e tetraplegia. Para coleta de dados foram utilizados um questionário sociodemográfico, e as escalas Spinal Cord Independence Measure-Self Reported Version (brSCIM-SR) e o Quebec User Evaluation of Satisfaction with Assistive Technology (QUEST.2.0) que permitiram a investigação. A média de idade foi 37,8 anos, com maioria do sexo masculino (82,9%), solteiros (52,7%), escolaridade média (53,4%), acidente de trânsito (50%), arma de fogo (22,6%). Houve predomínio de lesão completa (58,9%) e paraplegia(65,1%). Na brSCIM-SR a média geral foi de 55,3 (±15,8) no domínio do autocuidado de 14,6 (±5,3), respiração/esfíncter 26,4 (±7,4) e mobilidade de 14,3 (±5,5). Na satisfação com a tecnologia assistiva a pontuação total do QUEST 2.0 foi de 3,64 (±0,77), satisfação com o recurso 3,86 (±0,74) e a prestação de serviços 3,64(±0,77). Identificou-se bom desempenho na média da independência funcional. Além disso, altos níveis de satisfação com a tecnologia assistiva, de forma específica mais com o recurso do que com a prestação de serviços. Não foi encontrada correlação entre a independência funcional e a satisfação do uso de cadeira de rodas.