Reuse of catheters and devices labelled for single use: evidence, recommendations and oversight

Reúso de dispositivos médicos de uso único e implicações para a segurança do paciente

“…Nesse sentido, existe amplo número de publicações sugerindo segurança e eficácia no reúso de produtos descartáveis, sobretudo na área dos procedimentos de intervenção cardíaca, entretanto esses estudos variam em metodologia e qualidade, o que dificulta o consenso sobre o reúso desses produtos. Além disso, informações sobre eventos adversos relacionados com produtos médicos são frequentemente voluntárias e, por conseguinte, são sub-reportadas, podendo não representar a totalidade dos casos 2,5,8,11,12,14 .…”

“…Em 1990, a Food and Drug Administration (FDA), dos Estados Unidos da América (EUA), empreendeu estudo acerca da segurança do reúso de produtos de uso único e concluiu que o padrão de eventos adversos de pacientes expostos ao reúso desses produtos independe de serem de uso único ou de uso múltiplo 2,5,11 . Em 2008, o United Status Government Accountability Office (GAO) afirmou não haver relação causal entre injúrias e mortes de pacientes e reúso de produtos de uso único 11 .…”

“…A segurança e a efetividade do reprocessamento de produtos de uso único devem ser conduzidas segundo processos padronizados e monitorados, com a mesma garantia de qualidade dos produtos originais 2,[5][6]8,16 .…”

“…O número de vezes que o dispositivo de uso único pode ser reusado é também uma situação desafiadora para a segurança do paciente. Autores afirmam que o número máximo de reúso sustentável de um produto descartável é parâmetro fundamental e deve ser avaliado por meio de análise física, química, microbiológica e testes funcionais 2,12 . Essa situação pode ser aplicada igualmente para os produtos de uso múltiplo, uma vez que esses também não podem ser reprocessados e reusados de modo indeterminado 20 .…”

“…Independentemente do rótulo do fabricante, a prática do reúso de produtos de uso único é realidade mundial, que foi iniciada na década de 1970, e desde então há relatos de reúso desses produtos em vários países do mundo, mesmo em nações desenvolvidas, sobretudo naquelas onde o reprocessamento é proibido 2,3 . Essa tendência tem intensificado vários debates e considerações sobre segurança do paciente, consentimento informado, questões técnicas, econômicas, ambientais, legais e éticas e aspectos regulatórios para fabricantes e reprocessadores, denotando interesses distintos por parte dos atores políticos envolvidos: Estado, fabricantes de produtos, serviços de saúde, academia, profissionais de saúde, associações de classe e usuários [4][5][6][7][8][9] .…”