Atitudes específicas de resposta perante um teste podem condicionar ou mesmo inviabilizar a interpretação dos seus resultados. Tendências a relato-minimizado e a relato-exagerado constituem problemas relevantes para a avaliação psicológica e os estudos nesta área recorrem maioritariamente a desenhos de simulação, o que comporta limitações. O presente estudo analisa amostras de contextos 'reais' com diferentes estimativas de prevalência de atitudes específicas de resposta, no sentido da minimização ou exagero de dificuldades psicológicas, com o objetivo de identificar a sua frequência e subtipos, bem como as suas implicações para as escalas substantivas clínicas e de personalidade. Foram avaliados, com o MMPI-2-RF, 1566 participantes de três amostras: da Comunidade, Organizacional e Clínica. A amostra Clínica apresentou tendência marcada para relato-exagerado (40%) e baixa tendência para relato-minimizado; a amostra Organizacional não apresentou relato-exagerado e teve os valores mais elevados de relato-minimizado (55%); a amostra da Comunidade apresentou valores pouco expressivos de relato-minimizado (5%) e de relato-exagerado (8%). Estas atitudes de resposta revelaram ter grande impacto na generalidade das escalas substantivas que avaliam sintomas clínicos, tendências comportamentais e características da personalidade. Diferentes subtipos de relato-minimizado e de relato-exagerado são explorados, nas amostras Organizacional e Clínica, respetivamente, salientando implicações relevantes para a avaliação psicológica em diferentes contextos.