ResumoApós cerca de 50 anos de experiência com a heparina e antagonistas da vitamina K (AVK), pesquisas e estudos com novos anticoagulantes vêm evoluindo de forma crescente nos últimos anos. Embora consagrados pelo uso, os anticoagulantes tradicionais têm limitações importantes em termos de controle laboratorial, complicações, efeitos colaterais, interações com medicamentos e dieta. A heparina não fracionada (HNF) tem interação com proteínas plasmáticas e parede vascular, pode desencadear trombocitopenia induzida pela heparina (TIH), só pode ser administrada por via parenteral, exige controle laboratorial pelo teste da tromboplastina parcial ativada (TTPa), pode provocar osteoporose e alopecia quando usada por períodos prolongados e sua produção tem origem biológica. A AVK tem a vantagem de poder ser ministrada por via oral, mas o controle (feito pela razão normatizada internacional) pode ser difícil em alguns casos, já que tem início de ação demorado, janela terapêutica estreita, interação com dieta e grande número de medicamentos, pode provocar necrose de pele em portadores de deficiência de antitrombina e de proteínas C e S, e pode induzir alterações fetais quando usada na gravidez. Na década de 1980, surgiram as heparinas de baixo peso molecular, que foram uma evolução da heparina não fracionada, pois apresentaram maior biodisponibilidade, dosagem por peso corporal, sem necessidade de controle laboratorial, administração por via subcutânea, menor risco de trombocitopenia induzida pela heparina, e eficácia e segurança similares à heparina não fracionada. Na última década surgiram, então, uma série de novos anticoagulantes no mercado, os quais têm apresentado resultados promissores em várias situações de profilaxia e tratamento do tromboembolismo venoso. Nesta revisão, são apresentados as novas heparinas de baixo peso molecular, as heparinas de ultrabaixo peso molecular, os pentassacarídeos, os novos inibidores diretos do fator Xa e inibidores do fator IIa.Palavras-chave: Anticoagulantes; heparina; heparina de baixo peso molecular; varfarina; revisão; tromboembolia venosa.
AbstractAfter about 50 years of experience with heparin and vitamin K antagonists (VKA), research and clinical studies of new anticoagulants have recently evolved . Although traditional anticoagulants have proven to be clinically useful, they have important limitations in terms of laboratory control, complications, side effects and interactions with medications and food. .Unfractionated heparin interacts with plasma proteins and the vascular wall, may trigger thrombocytopenia, can only be administered parenterally, requires control by the laboratory test of partial thromboplastin time, may cause osteoporosis and alopecia when used for long periods and it is produced from biological sources. VKA have the advantage of being administered orally, but the control (made by the international normalized ratio) can be difficult in some cases, since they have delayed onset of action and metabolism and a narrow therapeutic window. They also interact wi...