Peres MAO, Lavrada JP, Andreollo NA. Recidiva de hernioplastia inguinal à Lichtenstein -O emprego de plug de poliproplileno. ABCD Arq Bras Cir Dig. 2008;21(2):65-8 RESUMO -Racional -A técnica de Lichtenstein continua sendo o padrão-ouro no tratamento das hérnias inguinais nas últimas duas décadas, por ser livre de tensão em linha de sutura e pela fixação rotineira da tela de poli-propilene, apresentando as menores taxas de recidiva já publicadas. O trata-mento cirúrgico da recidiva após hernioplastia à Lichtenstein é assunto contro-verso na literatura. Objetivo -Apresentar os resultados do emprego de prótese de polipropileno em forma de cone (plug) na correção desta recidiva. , em 1958, ao implantarem uma prótese ou tela de polipropileno no reparo das hérnias inguinais e incisionais 26,27 . Em 1974, Lichtenstein e Shore introduziram esta mesma prótese, agora em forma de rolha cilíndrica obliterando o defeito tecidual de hérnias crurais ou inguinais recidivadas, medi-ante abordagem simples 15 . A seguir, Shulman et al. 24 documentaram a eficácia e a baixa recidiva desta técnica em 1402 hérnias recidivadas.A primeira vez que foi utilizada na literatura o termo "hernioplastia isenta de tensão" ocorreu em 1986, por Lichtenstein et al. 16 . Descreveram com detalhes a técnica que utiliza a tela de polipropileno suturada sobre a fáscia transversal, que por si só representa o reparo real e que se aplica a todos os tipos de hérnias inguinais diretas ou indiretas. Esta técnica tem sido o padrão-ouro das hernioplastias inguinais nas duas últimas décadas, por inguinotomia 1,8,10,14 . Gilbert manteve o desenvolvimento da tela-rolha na evolução das técni-cas isentas de tensão. Confeccionava um pedaço plano de tela de polipropileno, que era pregueado até ficar com formato de cone e introduzido no defeito. Inicialmente descrevia a técnica sem suturas nas hérnias indiretas e posteriormente padronizou fixação com pontos nas hérnias diretas. Ressaltou a menor dissecção tecidual, menor complicação em cordão inguinal e nervos, com taxas de recidiva de 0,1% 8,11,12 . Entretanto, a técnica de Lichtenstein teve rápida aceitação e reprodução em todos os continentes, atingindo as menores taxas de recidiva até então registradas. As suas vantagens incluem tratamento bilateral no mesmo ato sem detrimento dos resultados tardios, a possibilidade de ser realizada em ambiente ambulatorial sob anestesia local e a recuperação das atividades laborativas sem esforços em menor tempo. Além disso, não restringe o paciente das suas diversas atividades com maiores esforços após um período de dez semanas. A minuciosa aplicação da técnica, como descrita com detalhes pelo autor, tem sido o alicerce dos melhores resultados tardios, com recorrências menores que 1% descritos na literatura 6,7,16,19 .