A frequência de eventos relacionados a deslizamentos em encostas e inundações em cidades brasileiras tem aumentado nos últimos anos e dentre as principais causas estão o crescimento irregular das cidades e a ocupação de áreas suscetíveis a tais processos. Em face desse assentamento irregular, torna-se imprescindível a avaliação das condições de aptidão à ocupação para garantir segurança à população. Nesse contexto, o presente artigo apresenta a carta de aptidão geotécnica do Setor Habitacional Sol Nascente, localizado na Região Administrativa de Sol Nascente/Pôr do Sol – DF, elaborada através da aplicação do método de análise multicriterial AHP (Processo de Análise Hierárquica) em ambientes SIG, visando avaliar a adequação geotécnica para fins de urbanização da região por meio da delimitação de áreas suscetíveis a processos de escorregamentos de massa e inundações e Áreas de Proteção Permanente (APP). Ao final, obteve-se como resultado duas cartas de aptidão geotécnica que permitiram corroborar a importância do gestor da decisão durante a aplicação do método AHP. A partir dos resultados observados concluiu-se que a maioria das áreas de baixa aptidão à ocupação coincide com as regiões mais próximas aos canais de drenagem, sugerindo maior suscetibilidade aos eventos considerados nessas regiões. Constatou-se ainda que, quando se considera a suscetibilidade à inundação como fator mais influente do nível de aptidão à ocupação, a região de estudo apresentou muitas áreas de baixa aptidão, com 33,2% do território do Setor Habitacional Sol Nascente tendo sido delimitado como área de suscetibilidade.