Risco Reprodutivo Em Gestantes Portadoras De Cardiopatia: O Mundo Vivido Direcionando O Cuidado Em Saúde

Abstract

RESUMO Objetivo: compreender o significado de gestar para mulheres portadoras de cardiopatia; desvelar sentidos da mundanidade do ser-aí-mulher em risco reprodutivo no vivido/vivência da gestação de alto risco por cardiopatia. Método: pesquisa qualitativa sustentada na fenomenologia Heideggeriana. Foram entrevistadas 17 mulheres entre os meses de julho a dezembro de 2014 que gestaram com cardiopatia em instituição de referência para risco materno. Resultados: o movimento analítico hermenêutico permitiu a emersão das Unidades de Significação: saber do risco e tanto planejar quanto não saber como evitar, e se surpreender ao se descobrir grávida; falar como se sentiu física e emocionalmente na gestação; sentir-se segura pela rotina de acompanhamento pré-natal. Os sentidos desvelados apontaram para a fragilidade dos saberes das participantes acerca do risco reprodutivo. Conclusão: o enfermeiro e a equipe de saúde devem considerar em sua prática clínica o cuidado intersubjetivo que favorece a integralidade da atenção à saúde. As discussões sobre o risco percebido por parte da gestante devem se integrar à condução do pré-natal suscitando um impacto positivo na saúde da mulher. Considera-se a fenomenologia de Martin Heidegger como referencial que permite alcançar resultados de pesquisas qualitativas no campo epistemológico de interesse acerca da essência humana por meio das experiências vividas.

Women with cardiopathy in the context of reproductive planning: contributions of phenomenological hermeneutics

“…Approximately nine women were hospitalized for an average of 23 days during the pregnant-puerperal cycle due to complications resultant from heart disease. 13 In Becoming more attentive and concerned about the treatment because the problem remains the same, the participants described the care, the worries and feelings during pregnancy and after the birth of the baby, reinforcing the concern about the disease. [...] it was a good experience, even because I avoided somethings in pregnancy I avoid now and there was a good result relating to feeding.…”

“…The inclusion criteria were women with heart disease of any type who were experiencing or had experienced the pregnancy at some moment in their lives; women who carried out the prenatal follow-up at the outpatient clinic of the referred scenario or who were admitted to the institution during the pregnant puerperal cycle. And, as exclusion criteria: women with mental disorders and under 18 years 13 .…”

Sentidos atribuídos à satisfação sexual por mulheres que vivenciam o trabalho sexual: estudo fenomenológico

“…Heidegger pondera que o Dasein, ao se deparar com um outro ente, que se comporta como ser-com, não deve com ele se ocupar, mas, sim, se preocupar (Heidegger, 2011;Amorim et al, 2018). No presente estudo, algumas profissionais do sexo demonstram não se preocupar consigo ou seu orgasmo/prazer sexual, pois o seu serviço ofertado ao cliente, é forma de se preocupar com aqueles que dependes delas (pai, mão, filho, companheiros), uma vez que os percebem como um seres que demandam cuidados e atenção, os quais devem ir além do físico, reconhecendo suas necessidades particulares, como alimentos, vestimentas, acesso aos insumos e serviços de saúde, diversão, dentre outros (Nascimento & Garcia, 2015;Giacomello & Melo, 2019).…”

Fenomenologia no campo da saúde da mulher: revisão de escopo

“…No tema da saúde sexual e saúde reprodutiva na gestação, o objetivo era desvelar o cotidiano das relações assistenciais da mulher que vivencia a gravidez de alto risco por doença cardíaca (Amorim et al, 2016). Ainda assim, a compreensão das experiências das mulheres com diabetes mellitus gestacional foi objeto de estudo (Araújo et al, 2013), tal como o significado de gestar diante de riscos reprodutivos em situação de cardiopatia (Amorim et al, 2018). A gestação de baixo risco foi investigada com vistas a compreender o significado de ser gestante em acompanhamento de pré-natal (Mesquita et al, 2015) e desvelar o ser gestante diante da possibilidade da amamentação (Souza, 1997).…”