Resumo Objetivo: analisar a prevalência do aumento da automedicação durante a pandemia de COVID-19 entre professores da educação básica pública e fatores associados. Métodos: inquérito epidemiológico do tipo websurvey, realizado com professores da educação básica pública de Minas Gerais. A coleta de dados ocorreu de agosto a setembro de 2020 via formulário online. A variável dependente foi a automedicação durante a pandemia. Foi utilizada a Regressão de Poisson, com variância robusta. Resultados: participaram do estudo 15.641 professores de 795 cidades mineiras, 81,9% eram do sexo feminino. Observou-se que 14,5% dos professores aumentaram a automedicação durante a pandemia, entre eles houve maior prevalência entre as mulheres (Razão de Prevalência [RP]=1,25; Intervalo de Confiança de 95% [IC95%]=1,12;1,40), professores com menos de 60 anos (RP=1,48; IC95%=1,12;1,95), residentes da área urbana (RP=1,15; IC95%=1,02;1,29), insatisfeitos com o trabalho docente (RP=1,60; IC95%=1,41;1,82), com pior padrão alimentar (RP=1,44; IC95%=1,33;1,56), parte do grupo de risco para a COVID-19 (RP=1,18; IC95%=1,10;1,27), com problemas de sono (RP=2,10; IC95%=1,85;2,38), tristes ou regularmente deprimidos (RP=6,29; IC95%=4,08;9,69) e aqueles que apresentaram muito medo da COVID-19 (RP=1,39; IC95%=1,23;1,57). Conclusão: a automedicação esteve associada a características sociodemográficas, hábitos de vida, condições de saúde e indiferença ou insatisfação com o trabalho, configurando-se como um problema de saúde entre docentes.