Objetivo: este estudo avaliou os sintomas de burnout entre médicos e enfermeiros antes, durante e após o cuidado dos pacientes contaminados com o COVID-19. Método: estudo transversal comparativo realizado na unidade de Atenção Pulmonar de um hospital público de nível terciário. Foi utilizado o Inventário de Burnout de Maslach. Resultados: 280 formulários de pesquisa foram distribuídos em três períodos: antes (n=80), durante (n=105) e após (n=95) os cuidados dos pacientes contaminados com COVID-19; 172 formulários foram respondidos. As taxas de resposta foram de 57,5%, 64,8% e 61,1%, respectivamente. A prevalência de burnout grave foi de 30,4%, 63,2% e 34,5% antes, durante e após o atendimento dos pacientes (p<0,001). Os sintomas de exaustão emocional (p<0,001) e despersonalização (p=0,002) foram mais prevalentes entre os enfermeiros do que entre os médicos. O burnout grave foi mais prevalente em mulheres, enfermeiros e funcionários do turno da noite. Conclusão: a alta prevalência de burnout dobrou no primeiro pico de internações hospitalares e voltou aos níveis pré-pandemia um mês após o término dos cuidados dos pacientes contaminados com COVID-19. O burnout variou de acordo com o sexo, turno e profissão, encontrando-se os enfermeiros entre os grupos mais vulneráveis. O foco na avaliação precoce e nas estratégias de mitigação é necessário para apoiar os enfermeiros não apenas durante a crise, mas de forma permanente.