A dissecção aguda de aorta (DAA) é uma emergência cardíaca de risco de morte elevado, pois tem taxa de mortalidade de 90% anual se não identificada e tratada precocemente. Estima-se que 2,6 a 3,5 casos por 100.000 pessoas sejam diagnosticados ao ano, principalmente em pessoas acima de 75 anos, sendo responsável por 7% das mortes súbitas extra-hospitalares. A identificação e tratamento adequado da doença são importantes para a redução da mortalidade, por isso é essencial discutir esse assunto. A DAA é causada pela degeneração da camada média vascular, resultante de pressão elevada, que leva à fraqueza da parede. Nesse sentido, a hipertensão arterial sistêmica (HAS) não tratada contribui para o acúmulo de metaloproteinases e citocinas pró-inflamatórias no endotélio, aumentando a probabilidade do quadro; dessa forma, a melhor maneira de prevenir a dissecção é controlar a pressão arterial. Ademais, a dissecção aórtica é uma emergência clínica caracterizada por dor torácica intensa, lacrimejante, migratória e de início agudo; os sintomas podem variar dependendo da idade, comorbidades e tipo de dissecção. Para detectar e prever o risco da dissecção aórtica, biomarcadores, como proteínas do músculo liso e metaloproteínas da matriz extracelular, são utilizados. Além disso, exames de imagem, como a tomografia computadorizada (TC), a ressonância nuclear magnética (RNM) e o ecocardiograma transesofágico (ETE), são fundamentais para confirmar o diagnóstico e determinar a parte da aorta afetada, a extensão da dilatação e o tratamento adequado para cada paciente. O tratamento é sempre direcionado ao alívio da dor e controle da hipertensão; a DAA do tipo A de Stanford é uma urgência médica com risco de vida que precisa de cirurgia para prevenir morte, ruptura e regurgitação aórtica. Para o tipo B, a terapia medicamentosa é a opção usual, mas as diretrizes europeias sugerem tratamento endovascular da aorta torácica em casos complicados.