Objetivou-se medir a incidência e avaliar fatores de risco para tuberculose, em adultos de Pelotas. Os casos foram detectados na "Secretaria Municipal da Saúde e Bem Estar" (Centro de Saúde), no período de junho de 1994 a junho de 1995. Concomitante, controles populacionais, pareados por sexo e idade, eram sorteados e aplicado o mesmo questionário aos casos e controles. A incidência notificada de tuberculose foi de 72,4/100.000 habitantes. A análise estatística bruta mostrou os seguintes odds ratios: 10,8 (classe social E), 5,4 (renda familiar < 1 salário mínimo) e 6,6 (analfabetos). O risco em pessoas de cor não branca foi de 4,7; aglomeração e contato com tuberculose apresentaram respectivamente riscos de 3,1 e 5,3. Alcoolismo mostrou um risco de 4,3 e os portadores de doenças associadas à tuberculose um risco de 3,6; as variáveis história de diabete e moradia próxima a pedreiras não se mostraram associadas com tuberculose. Os trabalhadores de pedreiras apresentaram um risco de 4,0. Na análise por regressão logística condicional, as seguintes variáveis permaneceram, após ajuste para fatores de confusão, significativamente associadas com tuberculose: contato com tuberculose (OR=8,2), alcoolismo (OR=4,0), trabalho em pedreira (OR=4,7) e cor não branca (OR=3,1). Conclui-se que a incidência de tuberculose em Pelotas é muito elevada e que a maioria dos fatores de risco são passíveis de prevenção ou redução.