RESUMO Este artigo apresenta como naturalistas estrangeiros descreveram o fogo nos campos, matos e cerrados do Brasil Central no século XIX, num diálogo entre a história da ciência e a história ambiental. Discute-se como eles se engajaram com as queimadas que grassavam anualmente a região ao final do período seco, descrevendo seus efeitos na flora, na fauna e nas paisagens. Nos documentos dos naturalistas, o fogo aparece de forma complexa, tanto como elemento de destruição e degradação ambiental como de criação de vida e de estímulo para a adaptação dos seres, sendo um importante agente de formação das savanas brasileiras.