RESUMO: Uma política de inclusão laboral não vem descontextualizada de muitas outras, dentre elas a educacional, pois a trajetória escolar à qual as pessoas com deficiência tiveram acesso tem implicações tanto para o ingresso no mundo do trabalho quanto na formação profissional em relação ao resgate de conhecimentos prévios que poderão ser pré-requisitos para essa formação. Nessa perspectiva, constitui-se como objetivo deste artigo analisar como a inclusão de pessoas com deficiência, em cursos profissionalizantes, repercute sobre a formação de professores da Educação Profissional em dois municípios situados no estado do Rio Grande do Sul. A pesquisa caracterizou-se pela abordagem qualitativa e o método empreendido foi o estudo de caso do tipo casos múltiplos, desenvolvido a partir de questionários e de entrevistas semiestruturadas com a participação de coordenadores que estão vinculados à organização e à promoção de cursos de qualificação profissional e de professores que ministram aulas nos cursos. Os dados indicaram a necessidade de o professor da Educação Profissional ser reconhecido como um profissional da educação e não somente um profissional de áreas técnicas, com uma trajetória de vida que se sobressai somente com as experiências; a existência de um ritmo diferenciado entre as políticas de formação docente, simplificadas nessa modalidade; e as ações pedagógicas que são requeridas na profissionalização de pessoas com deficiência. Torna-se salutar, a partir do contexto investigado, a atuação da Educação Especial para além dos processos inclusivos de âmbito escolar como também no laboral pelo viés da Educação Profissional.