Plantas medicinais têm sido utilizadas como primeiro tratamento de enfermidades por famílias de regiões longínquas dos centros urbanos, desprovidas de pronto-socorro, ambulatórios ou hospitais. O objetivo deste trabalho foi estudar a persistência no uso de plantas medicinais em espaços urbanos nos quais o serviço de saúde pública é de fácil acesso. Quarenta e seis entrevistas semiestruturadas foram realizadas no período de junho a dezembro de 2014, com mantedores de plantas medicinais. As indicações de uso pelo fator de consenso do informante (FCI) foi o maior para transtornos mentais e comportamentais (0,92), seguido de doenças do aparelho digestivo (0,88) e doenças do aparelho respiratório (0,85). Maiores níveis de fidelidade (NF) foram para Malva parviflora em "infecção" (100%) e Melissa officinalis (cidreira), como "calmante" (96,77%). A prioridade de ordenamento (POR) foi de 0,72 e 0,77, respectivamente, para a M. parviflora e M. officinalis, o que indica ser significativo o conhecimento associado. O uso de plantas medicinais por iniciativa familiar, em áreas urbanas, atende ao tratamento primário, mesmo que a atenção básica de saúde esteja de fácil acesso.