A figura de Òṣàlá ou Oxalá é muito presente na cultura religiosa brasileira, principalmente por conta do sincretismo religioso. A forma orgânica como se desenvolveram as religiões de matriz africana no Brasil estabeleceu hoje um quadro complexo, mas infelizmente folclorizado e muitas vezes reduzido a uma simplicidade, fruto de estigmas e de uma trajetória racista em essência. O Candomblé e a Umbanda estão presentes na vida do brasileiro, tal como seus cultos. Mesmo para aqueles não iniciados, Òṣàlá está no imaginário social justamente por essa popularidade. É no intuito de sintetizar essas muitas ideias que esse artigo se dedicou a organizar as percepções existentes sobre Òṣàlá e Oxalá, traçando-as sob as perspectivas do Candomblé de nação Ketu e da Umbanda. Perpassando por problemáticas históricas, ritos de culto, questões raciais e reflexões epistemológicas e etimológicas, apresenta-se um material reflexivo e crítico sobre a presença de Òṣàlá em solo brasileiro.