ResumoA operação de tratores agrícolas impõe grande estresse físico e mental aos tratoristas. Este trabalho teve como objetivo avaliar os níveis de vibração e ruído emitidos por dois tratores agrícolas, defasados temporalmente, em diferentes rotações do motor (1700, 1850 e 2000 rpm). Nas avaliações foram utilizados um trator de 60,35 kW, fabricado em 1988, e um trator de 89,06 kW, fabricado em 2009, ambos não-cabinados e tracionando um arado de discos. As avaliações de ruído foram feitas com um medidor de pressão sonora (decibelímetro), no posto de operação da máquina. As avaliações de vibração foram feitas no assento do trator, utilizando um sistema de aquisição automática de dados com três acelerômetros, nos sentidos vertical e horizontal. Os resultados permitiram as seguintes conclusões: a operação de aração com os dois tratores apresentaram níveis de ruído acima do limite de 85 dB (A) para 8 horas de exposição diária, estabelecido pela NR-15, fazendo-se necessário o uso de dispositivos de proteção auricular durante sua execução. O trator mais antigo apresentou níveis de vibração que podem comprometer a saúde, segurança, conforto e eficiência do tratorista. O mesmo não ocorreu para o trator mais novo.Palavras-chave: máquinas agrícolas, ergonomia, saúde ocupacional.
AbstrAct
Tractor driving imposes a lot of physical and mental stress upon the operator. The aim of this work was to evaluate the vibration and noise levels emitted by tractors with different ages, under different motor rotations (1700, 1850 and 2000 rpm
IntroduçãoO problema da transmissão da vibração dos tratores agrícolas aos seus operadores vem sendo pesquisado há anos. Contudo, ainda existe uma clara necessidade de desenvolver sistemas para sua prevenção (Tiemessen et al., 2007). Devido à inexistência de amortecedores e molas, como em veículos urbanos, o assento do tratorista tem importante papel em minimizar essa vibração, sendo, portanto, importante componente do trator (Jain et al., 2008). De acordo com Tewari e Dewangan (2009), a redução da vibração, além de diminuir o estresse do operador, permite melhor qualidade de vida e aumento da jornada de trabalho sem causar excesso de fadiga. Bluthner et al. (2006) afirmam que a vibração pode levar a sérios danos a espinha dorsal dos operadores.Nas décadas passadas pouca atenção foi dada a esse problema, contudo, com a introdução da restrição a exposição do trabalhador a níveis excessivos de vibração na legislação da Comunidade