O estado do Ceará apresenta uma grande diversidade de condições ambientais, desde áreas baixas até áreas mais elevadas, onde se instalam os remanescentes da Mata Atlântica. Nesses ambientes, estudos sobre o conhecimento do componente das pteridófitas ainda são escassos, tendo uma maior atenção para o conhecimento da flora fanerogâmica. Com isso, o presente trabalho objetivou realizar um levantamento das samambaias do Campus Experimental de Educação Ambiental e Ecologia da UECE, em Pacoti-CE, bem como, elaborar uma chave de identificação, visando facilitar o reconhecimento das mesmas, contribuindo para o conhecimento da flora vascular no estado do Ceará. As coletas foram realizadas ao longo do ano de 2019, através de caminhadas aleatórias, coletando os espécimes que estavam no estádio reprodutivo. O material coletado foi herborizado e posteriormente depositado no Herbário do Museu de História Natural do Ceará Prof. Dias da Rocha (MHNCE-HER). A identificação ocorreu a partir de chaves de identificação, bibliografia especializada, comparação com espécimes de herbário. Foram catalogadas 11 espécies distribuídas em dez gêneros e sete famílias. As famílias mais representativas foram Pteridaceae (quatro spp.) e Polypodiaceae (duas spp.). O hábito herbáceo (81,81%) foi o que apresentou a maior riqueza. Todas as espécies são nativas do Brasil e a maioria é endêmica. A Mata Atlântica (dez spp.) e a Amazônia (nove spp.) foram os domínios que apresentaram os maiores números de representantes. A espécie Adiantum deflectens apresentou como uma nova ocorrência para Mata Atlântica. A área apresenta elevado número de espécies de ervas, muitas espécies nativas do Brasil, além de comprovar a importância de inventários florísticos para o conhecimento da flora cearense.