2011
DOI: 10.1590/s0103-40142011000100006
|View full text |Cite
|
Sign up to set email alerts
|

São Paulo: cidade da intolerância, ou o urbanismo "à Brasileira"

Abstract: Ao observar a cidade de São Paulo, é fácil perceber que ela vive verdadeiro colapso. Impera uma dramática desigualdade, que faz que ao menos um terço de sua população viva em condições indignas. Ao mesmo tempo, sua pujança econômica alavanca um ininterrupto crescimento que, paradoxalmente, aprofunda seus problemas: poluição, enchentes, insegurança, transportes precários, congestionamentos são algumas das mazelas que hoje caracterizam a cidade. Quais as causas dessa tragédia urbana? Elas se encontram na lógica … Show more

Help me understand this report

Search citation statements

Order By: Relevance

Paper Sections

Select...
2

Citation Types

0
2
0
16

Year Published

2012
2012
2024
2024

Publication Types

Select...
4
3

Relationship

0
7

Authors

Journals

citations
Cited by 19 publications
(18 citation statements)
references
References 0 publications
0
2
0
16
Order By: Relevance
“…Essa urbanização e industrialização acelerada, calcada em baixos salários, vai gerar a chamada "modernização excludente" (MARICATO, 2000, p. 123), traduzida por um crescimento econômico significativo, porém condicionado à manutenção da pobreza (FERREIRA, 2011).…”
unclassified
“…Essa urbanização e industrialização acelerada, calcada em baixos salários, vai gerar a chamada "modernização excludente" (MARICATO, 2000, p. 123), traduzida por um crescimento econômico significativo, porém condicionado à manutenção da pobreza (FERREIRA, 2011).…”
unclassified
“…Assim, eles vão migrando para porções mais remotas, desassistidas e baratas, portanto, "viáveis" para esses segmentos (MARTINS, 2011;FERREIRA, 2011).…”
Section: Figura 16: Expansão Urbana Da Região Metropolitana De São Paunclassified
“…Dessa forma, as áreas mais centrais vão se verticalizando, aumentando sua área construída, mas perdendo população 141 (ver figura 17), em função do preço dessas localizações, ao mesmo tempo em que a cidade cresce horizontalmente, principalmente nos locais mais inadequados -portanto mais baratos para se viver: os fundos de vale, as encostas íngremes, os locais sem infraestrutura adequada de saneamento, transporte, educação e assistência à saúde, as áreas de mananciais e de acomodação de cheias (MARTINS, 2011;FERREIRA, 2011). 141 Mais recentemente, alguma atenuação desse processo se verifica com ligeiro aumento de população em alguns trechos das áreas mais centrais, revalorizadas para o uso habitacional (MARQUES, 2014), o que, naturalmente, não permite supor o suprimento proporcional da demanda dos segmentos de menor renda.…”
Section: Figura 16: Expansão Urbana Da Região Metropolitana De São Paunclassified
“…Evidentemente, São Paulo não é a única cidade onde este modelo ocorre, já que ele se repete em diversas cidades brasileiras, mas talvez seja o caso mais exacerbado e que representa um paradigma para as demais cidades do país (Ferreira, 2011).…”
unclassified
“…Esta segregação é evidente no território das cidades brasileiras onde há uma coexistência de áreas que são muito reguladas e que têm constantes investimentos estatais e imobiliários, onde predominam a população de alta e média renda, e outras que são marcadas pela ausência de infraestruturas, de serviços, de investimentos públicos etc., onde estão concentradas famílias de baixa renda (Ferreira, 2011). 22 Villaça (2001, p. 142) define a segregação como uma tendência em que cada classe ou camada social se concentra em diferentes regiões geais ou conjuntos de bairros da cidade e ressalta que concentração não é sinônimo de exclusividade, de modo que nesses conjuntos de bairro pode-se ter diferentes grupos sociais, mas, quando há segregação há uma predominância de determinado grupo.…”
unclassified