INTRODUÇÃO: Os determinantes sociais podem refletir na ocorrência, prognóstico e mortalidade do câncer oral. OBJETIVO: Analisar as principais características sociodemográficas e hábitos de vida, assim como a relação com o óbito por câncer oral em uma Unidade de Alta Complexidade em Oncologia no município de Feira de Santana, Bahia, no período de 2010 a 2016. MÉTODOS E MATERIAIS: Estudo transversal realizado através da revisão de prontuários clínicos, seguida de uma análise descritiva das principais variáveis e análise bivariada entre as covariáveis consideradas determinantes sociais e o óbito pela doença. Todas as análises foram realizadas com o programa SPSS 22 e Stata 14.0. RESULTADOS: Foram diagnosticados 282 casos de carcinomas de células escamosas, na maioria em idosos (87,6%), do sexo masculino (79,6%), de origem urbana, que residiam em municípios de grande e médio porte, negros e pardos, casados, com baixa escolaridade, com ocupação, tabagistas (89,6%) e etilistas (85,0%). As lesões estavam localizadas principalmente na região de língua (37,9%), eram moderadamente diferenciadas (48,9%), diagnosticados em estádios avançados (III e IV) (84,7%), tratados em sua maioria com quimioterapia e radioterapia (34,3%) e 35,7% dos casos foram a óbito. A variável raça/cor apresentou significância estatística com o óbito pela doença (p = 0,006). CONCLUSÃO: Os resultados do presente estudo revelaram que dentre as covariáveis sociodemográficas e de hábitos de vida a raça/cor apresentou significância com relação ao óbito, indicando um pior prognóstico relacionado a pacientes negros e pardos.