A violência contra a pessoa idosa (VCPI) representa um grave problema de saúde pública, que afeta a saúde e os direitos humanos de milhões de idosos em todo o mundo. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), é definida como um ato único, repetido ou a falta de ação apropriada, ocorrendo em qualquer relacionamento em que exista uma expectativa de confiança que cause dano ou sofrimento a uma pessoa idosa. A magnitude dos maus-tratos aos idosos ainda é desconhecida, contudo seu significado social e moral é significativo, exigindo uma resposta multifacetada, focada na proteção dos seus direitos (1) Existem diversos tipos de violência, destacando-se: a negligência, que ocorre quando deixam de ser ofertados cuidados básicos; abandono, quando há ausência ou omissão dos familiares ou responsáveis, governamentais ou institucionais; física, quando é usada a força como forma de coação; sexual, quando a pessoa idosa é incluída em ato ou jogo sexual; psicológica/emocional, onde se incluem comportamentos que prejudicam a autoestima ou o bem--estar do idoso; e a financeira ou material, que corresponde à exploração imprópria dos idosos ou o uso não consentido de seus recursos financeiros e/ou patrimoniais (1) .Com a pandemia do novo coronavírus, o mundo vive hoje não somente uma crise sanitária, mas também uma crise econômica, política e ética sem precedentes (2) . Apesar dos avanços da imunização, ainda se fazem necessárias estratégias para o enfrentamento do vírus, que incidam sobre ações de proteção individual, como lavagem regular das mãos e uso correto de máscaras, além de medidas de distanciamento e isolamento social.Embora necessárias, tais medidas acabam sendo problemáticas, pois muitos idosos já enfrentam a solidão e estudos apontam o próprio isolamento social como um fator de risco para violência e maus tratos (3) . Relatórios preliminares de estudos realizados em países desenvolvidos,