Saúde Mental na Atenção Primária: um Estudo sobre a Atuação dos Agentes Comunitários de Saúde/ Mental Health in Primary Care: a Study of the Performance of Community Health Workers

Abstract

O objetivo desse estudo foi investigar o cuidado em saúde mental na atenção primária a partir da produção científica dos últimos 5 anos (2015)(2016)(2017)(2018)(2019), referente a atuação do Agente Comunitário de Saúde (ACS), analisando e descrevendo as práticas em saúde mental identificadas. O método utilizado foi a revisão integrativa da literatura, com buscas nas bases de dados LILACS e SciELO. Para a seleção das publicações foram utilizados os descritores: Atenção Básica; Saúde Mental; Agentes Comunitários de Saúde; Cuidado em saúde mental; Políticas Públicas; Práticas em saúde mental e combinações dos descritores. Foram usados os filtros: Texto completo; Idioma, sendo português, inglês e espanhol; Assunto principal; Tipo de documento, sendo artigo a única modalidade de literatura aceita; Ano de Publicação 2015 a 2019. Através dessa pesquisa foi possível identificar 37 estudos posteriormente categorizados em 5 temas principais: Acolhimento, Identificação e acompanhamento das demandas em saúde mental, Formação de estratégia pela Inserção Social comunitária, Capacitação profissional em saúde mental para ACS e Visita domiciliar. Os principais cuidados em saúde mental destacados na atuação do ACS na atenção primária são a escuta qualificada, apontada na maioria dos estudos como formadora de vínculos valiosos para o acolhimento dos usuários em sofrimento psíquico, a identificação de demandas em saúde mental e acompanhamento da trajetória do usuário através da corresponsabilização de cuidados, o conhecimento dos dispositivos de apoio social, recursos do território que podem auxiliar

Instrumentos de rastreio de transtornos mentais na atenção primária: protocolo de revisão de escopo

“…A inclusão dos cuidados de Saúde Mental no contexto da Atenção Primária à Saúde (APS) pode ser considerada como um mecanismo estratégico de ampliação do acesso aos cuidados em saúde mental, como também de transformação das práticas, tendo a atenção psicossocial como norte para o planejamento e desenvolvimento das ações de cuidado (2,3) . Há que se compreender que a maioria das pessoas com problemas de saúde mental podem receber o apoio e o cuidado necessários com o reconhecimento adequado de seu sofrimento pelos diferentes profissionais que atuam na APS, incluindo os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) (4) .…”

Saúde mental e atenção primária à saúde: agentes comunitários de saúde e a redução do estigma

“…Entretanto, no item "Eu me sinto mais confortável ao ajudar uma pessoa com doença física do que ao ajudar uma pessoa com um transtorno mental", da OMS-HC, a maioria dos ACS discordou desta afirmativa. Uma possível explicação refere-se ao fato de que a maioria dos ACS não se sente capaz em ajudar, tecnicamente, os usuários com doenças físicas, pois eles também não têm, de forma A proximidade com os usuários e famílias é uma das características principais da ESF e, dentre os trabalhadores de saúde, os ACS são os que mais atuam por meio deste recurso, pois estão, cotidianamente, em contato direto com as comunidades (NUNES; JUCÁ; SOARES et al, 2021). Devido ao conhecimento da realidade local e das comunidades, os ACS encontram-se em posição estratégica para identificar problemas e demandas, como as do âmbito da saúde mental (CAMURI; DIMENSTEIN, 2010;GRYSCHEK;PINTO, 2015).…”

“…Os ACS compreenderam, também, que ocupam um lugar diferenciado dos demais profissionais da eSF, pois escutam as histórias de vida dos usuários e famílias, o que possibilita a construção de um olhar ampliado para as queixas e as questões de saúde mental. Tais características são fundamentais na ESF, pois reafirmam práticas profissionais voltadas para a singularidade e subjetividade dos sujeitos (SILVA et al, 2016), por meio das relações de confiança que são construídas com os usuários, do vínculo, da escuta e do acolhimento (SOARES et al, 2021).…”

“…No entanto, os ACS demonstraram que os grupos deveriam ser conduzidos por profissionais capacitados. Evidencia-se, portanto, que é importante que os ACS tenham a oportunidade de receber preparo para intervir nas demandas de saúde mental por meio de processos de capacitação, formação continuada e apoio matricial, que os auxiliem na elaboração de condutas adaptadas às necessidades dos usuários (SOARES et al, 2021).…”