O atual crescimento de diagnósticos e queixas relacionadas a transtornos psíquicos gera consequentemente um aumento da utilização de psicofármacos. A rede de atenção à saúde desempenha um papel articulador no acolhimento, diagnóstico e acompanhamento de diferentes afecções relacionadas a saúde mental. O estudo objetivou analisar a concepção do cuidado em saúde mental coletiva através da análise do perfil epidemiológico dos usuários de psicofármacos em uma Unidade de Atenção Primaria a Saúde de Quixadá-CE. Tratou-se de um estudo documental descritivo transversal com abordagem qualiquantitativa, onde foram utilizados prontuários de controle especial (n=134), abertos entre janeiro de 2019 a dezembro de 2020. Dos principais resultados, o perfil dos usuários de psicofármacos na unidade de saúde estudada é, majoritariamente, feminino (57,46%), com maior representatividade de (38-67) anos. Grande parte das variantes analisadas mostraram-se sem registros, como estado civil em (74,62%) e profissão/ocupação em (83,58%). Houve predominância de grupo farmacológico de antidepressivos e ansiolíticos, o diagnóstico médico associado à prescrição de tais medicamentos estava ausente em (54,47%), dentre os preenchidos, os mais relatados foram a ansiedade (15,67%), e depressão (14,92%). Cerca de (70,89%) dos usuários não possuíam registro de acompanhamento em outro serviço especializado. Concluiu-se que, viabilizar informações sobre esse perfil de pacientes é benéfico para gestão da qualidade dos serviços de saúde, iniciativas além da medicalização do sofrimento e renovação de receitas precisam ser tomadas com maior frequência, apostar em outras linhas de cuidado é fundamental para garantia da saúde do território.