Santa Catarina é o quinto maior produtor de leite do país, sendo essa atividade uma importante fonte de renda para os produtores. Para a continuidade dessa realidade, torna-se importante que atendam às normas de qualidade do leite estabelecidas pela Instrução Normativa 51/2002 (IN 51). Com o objetivo de identificar o perfil de propriedades leiteiras e verificar a percepção dos produtores sobre as exigências de qualidade do leite estabelecidas pela IN 51, realizou-se uma pesquisa diagnóstica por meio da aplicação de questionário, estruturado a 166 produtores de leite das regiões catarinenses do Meio-oeste e Alto Vale do Itajaí, no período de abril a setembro de 2006. As propriedades apresentavam, em sua maioria, perfil compatível com a agricultura familiar, isto é, comercializavam em média 97,6kg de leite/dia, com 13,6 vacas em lactação, por terreno. Os produtores apresentavam baixo nível de escolaridade e idade superior 40 anos. O leite era uma das duas principais atividades econômicas em 88,0% das propriedades. Uma parcela considerável desses produtores ainda realizava ordenha manual (33,7%) em estábulo convencional (94%) e conservava o leite em imersão em água gelada (56,6%). Menos de 30% conheciam a IN 51, e a maioria considerava que a IN 51 teria alto impacto em suas propriedades, independente do nível de produção de leite. Na opinião dos produtores, para cumprirem os requisitos mínimos de qualidade do leite previstos, há a necessidade de adquirir equipamentos, mas dar ênfase à melhoria da higiene de ordenha e do controle da mastite não era considerada uma missão indispensável.