Nódulos tireoidianos são muito frequentes, sendo detectáveis pela palpação em cerca de 5% das mulheres. A ultrassonografia e a punção aspirativa por agulha fina (PAAF) são métodos diagnósticos largamente utilizados na propedêutica da doença nodular da tireoide. O objetivo deste estudo foi descrever a utilização da PAAF em pacientes com nódulos tireoidianos submetidos à tireoidectomia. Foram incluídos 20 pacientes, com média de idade de 46±14 anos, (02 homens/18 mulheres), submetidos à PAAF e tireoidectomia em um hospital universitário, entre janeiro/2010 e abril/2016. Apenas 12,5% dos laudos ultrassonográficos descreveram o tamanho dos nódulos em três dimensões e nenhum deles continha todos os itens recomendados para caracterização adequada de um nódulo tireoidiano. De um total de 32 nódulos estudados, 8% constituíram amostra não diagnóstica (categoria Bethesda I). Após tireoidectomia, seis (28%) pacientes apresentaram carcinoma papilífero, sendo dois (33,3%) classificados como Bethesda III e quatro (66,6%) Bethesda V e VI. Observou-se que a falta de padronização dos laudos ultrassonográficos de tireoide pode retardar a investigação diagnóstica e gerar custos elevados para o sistema de saúde. Em contrapartida, o sistema Bethesda está bem consolidado como uma ferramenta para direcionar a conduta frente à doença nodular de tireoide.