Embora eventos de secas sejam menos frequentes na Região Sul, se comparado com outras regiões do Brasil, quando ocorrem impactam o abastecimento de água, produção agrícola e a geração de energia elétrica. Portanto, a avaliação dos impactos da seca no setor agrícola e nos recursos hídricos, são de extrema importância para a gestão de riscos nesta região. Neste estudo avaliou-se os principais eventos de secas e seus impactos entre 1998 a 2020 (maio) na Região Sul do Brasil. Para isto, foram utilizados índices de secas calculados a partir de dados de precipitação, vazão e dados derivados de satélite. De acordo com o Índice de Precipitação Padronizada (SPI), o evento mais severo de seca ocorreu no estado do Paraná em 2006. Como consequência, registrou-se valores de área agro-produtivas afetada acima de 80% e seca hidrológica excepcional na bacia hidrográfica afluente (BHA) à usina hidrelétrica (UHE) Segredo, segundo o Índice de Vazão Padronizada (SSFI), além de vazões afluentes abaixo do percentil 90 durante 50% do ano. Em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, os eventos de secas de maior severidade ocorreram em 2012/2013. Apesar disso, os percentuais de áreas agro-produtivas afetadas foram inferiores aos verificados para 2019/2020. Com relação aos recursos hídricos, o SSFI indicou seca excepcional na BHA ao reservatório da UHE Passo Real, e foi observada vazão abaixo do percentil 90 no primeiro semestre de 2012. No evento de seca 2019/2020, o primeiro trimestre de 2020 foi o mais crítico em termos de intensidade e expansão, como mostrado pelo Índice Integrado de Seca, em que 100% dos municípios de toda a região foram classificados em condição de seca. O impacto deste evento pode ser observado pelo SSFI da BHA ao reservatório da UHE Itaipu, com menores valores registrados a partir de janeiro de 2020. Este evento pode estar associado à influência da fase negativa da Oscilação Decadal do Pacífico e condições de neutralidade no Pacífico Equatorial.