RESUMO -É substancial a obtenção de informações teóricas a respeito do comportamento de cada produto durante o processo de secagem para o seu desenvolvimento e otimização. Sendo assim, o objetivo deste trabalho foi determinar e avaliar a difusividade efetiva e a energia de ativação do processo de secagem de sementes de uva Bordô, analisando a influência da temperatura no processo. Foi utilizado o modelo da difusão com a 2ª Lei de Fick para descrever os dados de secagem e determinar o coeficiente de difusividade das sementes, além disso, a energia de ativação da difusão líquida durante o processo foi determinada utilizando-se a equação de Arrhenius. Verificou-se que a difusividade efetiva aumenta com o acréscimo da temperatura do ar de secagem, apresentando magnitudes entre 3,66×10-11 e 2,88×10 -10 m 2 s -1 , para o intervalo de temperatura de 40 a 80 °C, respectivamente. Valores esses que estão de acordo com o previsto na literatura para alimentos, entre 10 -9 e 10 -11 . A energia de ativação apresentou valor de 42,1421 kJ mol -1 , indicando que processo de difusão é basicamente lento.
INTRODUÇÃOA viticultura brasileira surgiu em meio à colonização portuguesa, tornando-se uma atividade comercial no século XX. Desde então, houve uma grande ampliação da fronteira vitícola e a uva tornou-se uma alternativa econômica promissora. Atualmente, no país há uma grande variabilidade de castas, são mais de 120 cultivares de Vítis Vinífera e mais de 40 de variedades de uva americanas (Camargo; Tonietto; Hoffmann, 2011).A semente da uva corresponde em torno de 5% do peso da fruta, assim, em média, anualmente são geradas mais de setenta e cinco mil toneladas desse resíduo só em território brasileiro (Choi e Lee, 2009). Além disso, Costa e Belchior (1972) descrevem que dos subprodutos resultantes da produção de 100 L de vinho, 4 kg correspondem às grainhas (ou sementes).Objetivando-se encontrar soluções viáveis para o aproveitamento desse resíduo, a produção do óleo de sementes de uva cultivadas no país apresenta-se como uma alternativa promissora, uma vez que as sementes apresentam teores de óleos que oscilam de 13 a 20 % dependendo da variedade, e este óleo é rico em ácidos graxos insaturados e antioxidantes (Fernandes et al., 2013).