RESUMO Fatores intrínsecos, como nível de escolaridade, idade e gênero, se relacionam com dor e disfunção, assim como a autoeficácia pode modificar o efeito que a dor e disfunção têm sobre resultados clínicos dos pacientes. Este estudo transversal investigou se o escore no Shoulder Pain and Disability Index (SPADI), idade, nível de escolaridade e gênero são preditivos de autoeficácia em pacientes com dor no ombro e se há diferença nos níveis de dor e incapacidade entre grupos de idade e gênero. Foram analisados dados sociodemográficos e pontuações do SPADI e do Chronic Pain Self- Efficacy Scale (CPSS) de um banco de dados de pacientes atendidos em um ambulatório de fisioterapia público especializado em ombro, um total de 123 pacientes com média de idade de 54 (±11,54), SPADI de 67,56 (±22,54) e CPSS de 182,22 (±61,76). A análise de regressão linear múltipla mostrou o SPADI como único fator preditivo de autoeficácia (β=-1,39 [IC95%=-1,84 a -0,93], p<0,001), explicando 23% de sua variância (r2=0,23). A análise de variância (ANOVA) mostrou que a pontuação do SPADI foi significantemente diferente entre gêneros (diferença média=22,27; p<0,001), mas similar entre grupos de idade (diferença média=7,04; p=0,16). Concluiu-se que os pacientes que se queixaram de dor no ombro em um ambulatório de fisioterapia público especializado em ombro foram a maioria mulheres de meia-idade, que cursaram apenas o ensino fundamental, apresentaram dor e incapacidade importantes e uma alta autoeficácia. Sendo que a pontuação no questionário SPADI foi capaz de prever parcialmente a autoeficácia.