ResumoChoque circulatório pode ser definido como uma falha circulatória aguda com liberação inadequada de oxigênio e nutrientes aos tecidos, resultando em hipóxia celular. O choque pode ser classificado como cardiogênico, obstrutivo, hipovolêmico ou distributivo. As consequências fisiopatológicas da perfusão tecidual inadequada estão diretamente relacionadas à isquemia celular, liberação inadequada de O 2 e produção de potentes mediadores inflamatórios. Caso as anormalidades de perfusão tecidual se perpetuem, a função de vários órgãos se torna inadequada. A consequente reperfusão poderá exacerbar a disfunção orgânica e, nos casos graves, culminar na síndrome da disfunção orgânica múltipla. O reconhecimento precoce de equinos em choque circulatório e o fornecimento imediato de suporte circulatório efetivo são essenciais. Em todos os casos o objetivo é restaurar a perfusão e a liberação de oxigênio aos tecidos, enquanto se corrige a causa primária. A demora em fazer o diagnóstico e iniciar o tratamento, bem como a ressuscitação sub-ótima, contribuem para o desenvolvimento de falha vascular periférica e alterações irreversíveis na utilização de oxigênio, culminando na disfunção orgânica. Palavras-chave: Equino, fluidoterapia, hipovolemia, perfusão tecidual, mediadores inflamatórios
AbstractCirculatory shock can be defined as an acute circulatory failure with an inadequate tissue delivery of oxygen and nutritive substrates to the tissues, resulting in generalised cellular hypoxia. Shock can be classified as cardiogenic, obstructive, hypovolaemic, or distributive. The pathophysiologic consequences of inadequate tissue perfusion are directly related to cell ischemia, inadequate O 2 delivery, and the production of proinflammatory mediators. If abnormalities of tissue perfusion are allowed to persist, the function of vital organs will be impaired. The subsequent reperfusion will exacerbate organ dysfunction and, in severe cases, may culminate in multiple organ dysfunction syndrome. Early recognition of equine that are shocked and immediate provision of effective circulatory support is therefore essential. In all cases the objective is to restore oxygen delivery to the tissues while correcting the underlying cause. Delays in making the diagnosis and initiating treatment, as well as suboptimal resuscitation, contribute to the development of peripheral vascular failure and irreversible defects in oxygen use which can culminate in vital organ dysfunction.