O objetivo do estudo foi realizar a caracterização sorológica e molecular em amostras de rotavírus suíno na região Sul do Brasil. Para sua realização, foram colhidas 167 amostras de fezes de suínos nas fases de maternidade e creche em 52 granjas de produção de suínos que apresentavam freqüentes casos de diarréia, em 14 municípios dos Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, durante o período compreendido entre junho de 1995 e outubro de 1997. Todas as amostras foram submetidas a um ensaio imunoenzimático (ELISA) para a detecção de rotavírus do grupo A, das quais 59 (35,33%) foram positivas. Por meio da eletroforese em gel de poliacrilamida (PAGE) foi possível revelar a existência de um único eletroferótipo de rotavírus suíno nas regiões estudadas. As amostras positivas foram testadas para a caracterização de subgrupo por meio de um ELISA com anticorpos monoclonais (mAb-ELISA), onde 9 amostras foram específicas para o subgrupo ll e 50 não reagiram para nenhum dos subgrupos, sendo classificadas como nãoI-nãoII. Para a caracterização de genótipos G e P utilizou-se a técnica de transcrição reversa, seguida da reação em cadeia da polimerase (RT-PCR) com primers específicos para rotavírus de suínos, bovinos e humanos. As amostras foram caracterizadas como genótipos G3, G4, G5, G9, G10 e P[6], P[7] e misturas de P[6] + P[7] no mesmo animal. Este estudo evidenciou a existência de diferentes genótipos de rotavírus suínos, circulando ao mesmo tempo em uma mesma região e ou em uma mesma granja, incluindo o genótipo G9 que até o último ano tinha sido encontrado somente em amostras humanas.