Alterações no gene da apolipoproteína BO gene da apolipoproteína B (APOB) está situado no cromossomo 2. Nele já foram descritas algumas mutações e vários polimorfismos.As principais mutações são: R3500Q (troca de arginina pela glutamina), R3500W (troca de arginina pelo triptofano), R3531C (troca de arginina por cisteína), Q3405E (troca de glutamina por glutamato) e R3480P (troca de arginina por prolina). Recentemente, foram descritas as mutações N3516K (troca de asparagina por lisina) e T3492I (troca de treonina por isoleucina). Essas alterações interferem na conformação do domínio de ligação da apo B com o receptor B/E, reduzindo a afinidade da LDL (lipoproteína de baixa densidade) por esse receptor, elevando assim os níveis circulantes de LDL. Provocam uma forma de dislipidemia conhecida como apo B-100 defeituosa familiar [13][14][15][16][17][18][19] . Em nosso meio, Cavalli e cols 20 não detectaram a mutação R3500Q ao estudarem 177 hipercolesterolêmicos (51 homens e 126 mulheres, de 58 anos em média e [colesterol ligado a LDL] > 190 mg/dL). Tanto a mutação R3500Q como a R3531C não foram detectadas em 90 indivíduos hipercolesterolêmicos familiares estudados por Salazar 21 . Dentre os polimorfismos já descritos, destacam-se PvuII (exon 4 -genótipos P 1 P 1 , P 1 P 2 e P 2 P 2 ), XbaI (genótipos X+X+, X+X-, X-X-) e MspI (exon 26), EcoRI (exon 29 -genótipos E+E+, E+E-, E-E-), Ins/Del (peptídeo sinalizadorgenótipos D/D, I/D, I/I), região hipervariável na extremidade 3' (3'HVR) 17,22 . Em relação a eles, algumas pesquisas já foram desenvolvidas em nosso meio: 1) Guzmán e col. 23 , para o polimorfismo XbaI (que determina os genótipos X+X+, X+X-, X-X-) verificaram que os níveis plasmáticos de colesterole-A associação doença arterial coronariana (DAC) e alterações do perfil lipídico -em particular a hipercolesterolemia -tem sido amplamente evidenciada, seja através de estudos anatomopatológicos e experimentais, seja através de estudos epidemiológicos, clínicos e de intervenção terapêu-tica. Entretanto, no Brasil, as publicações referentes a aspectos clínico-epidemiológicos dessa associação são relativamente escassas e restritas a resultados obtidos em alguns grupos sociais selecionados 1-5 . Por outro lado, sabe-se que a colesterolemia sofre a influência de fatores não só ligados à idade, sexo, hábitos de vida, uso de alguns medicamentos, determinadas doenças, mas também a fatores genéticos 6 . Dentre os últimos, destacam-se as mutações (modificações estruturais na seqüên-cia do DNA -ácido desoxirribonucléico -que envolvem alterações em um único ou múltiplos nucleotídeos) e polimorfismos (mutações freqüentes nas quais o alelo mutado se apresenta com freqüência superior a 1%) que podem alterar a estrutura e função de proteínas envolvidas na síntese, homeostase e no metabolismo do colesterol, como as apolipoproteínas, receptores e enzimas. Entre as mutações e polimorfismos relacionados à elevação da colesterolemia, citam-se os que ocorrem nos genes da apolipoproteína B (APOB), da apolipoproteína E (APOE), da enzima conv...