Objetivou-se analisar a situação epidemiológica da sífilis congênita em um estado da Amazônia Ocidental. Trata-se de estudo transversal, de abordagem quantitativa tipo seccional, de dados secundários com coleta realizada no Departamento de Informações do Sistema Único de Saúde – DATASUS, tabulados a partir do TABNET. Os dados foram analisados pela estatística descritiva e inferencial afim de verificar as associações entre as variáveis de interesse. O comportamento da doença no estado apresenta uma tendência oscilante, onde no ano de 2018 ocorreu a maior parte dos casos (96), apresentando uma tendência de queda em 2021 com a notificação de (47) casos. Observou-se uma incidência geral de 4,8 casos para cada mil nascidos vivos, acima da meta estipulada pela Organização Pan Americana da Saúde. A maioria dos recém-nascidos diagnosticados com a doença, encontrava-se na faixa etária de até 6 dias de vida 365 (96%), do sexo feminino 192 (50%), da raça/cor da pele parda 325(85%), cujas mães possuíam o ensino fundamental incompleto 118 (31%). A maior parte das mães realizaram o acompanhamento pré-natal 322 (85%), cujo diagnóstico de sífilis materna ocorreu no momento do parto/curetagem 168 (44%), sendo que a maioria dos seus parceiros sexuais não foram tratados 285(75%). A maior parte dos recém-nascidos foram classificados como sífilis congênita recente 357 (94%), evoluindo em sua maioria para criança viva 331 (87%). A doença configura-se como um problema de saúde pública na região estudada e sugere-se que esteja associada a falhas na assistência pré-natal relacionadas ao diagnóstico oportuno e ao tratamento dos parceiros.