A reprimarização da economia brasileira tem gerado debates sob diferentes perspectivas, em geral, mais imediatas e dissociadas da economia política clássica. Este texto propõe uma análise do processo a partir das teorias de David Ricardo e John Stuart Mill, portanto, no campo abstrato, comparando as teorias dos autores e indicando como elas se colocam ante o fenômeno observado. Em suma, a visão ricardiana enxerga a reprimarização como uma estratégia adequada, considerando os recursos naturais abundantes do país e sua vantagem comparativa na produção de commodities. Por sua vez, a perspectiva de Mill ressalta a importância de criar condições favoráveis para o desenvolvimento industrial, evitando o fatalismo associado ao subdesenvolvimento, no intuito de dar uma chance às economias atrasadas para que consigam se inserir no mercado. Palavras-chave: história do pensamento econômico; reprimarização; commodities; economia política.