Resumo
Objetivo Avaliar clinicamente a médio prazo os resultados do tratamento artroscópico das lesões parciais da porção articular do manguito rotador (LPPAMR) pelas técnicas de reparo transtendão (RTT) e reparo após completada a lesão (RPCL) utilizando-se a Escala Modificada de Avaliação do Ombro da University of California, Los Angeles (UCLA), a escala de Constant-Murley e análise de força.
Métodos Estudo retrospectivo de reavaliação, após seguimento mínimo de 6 anos, de casos de LPPAMR operados artroscopicamente, envolvendo um total de 34 pacientes, sendo 18 submetidos ao RTT e 16 ao RPCL. Foram comparadas as pontuações atuais nas escala da UCLA e de Constant-Murley, a força média entre as técnicas, e as pontuações na UCLA atualmente e com 2 anos de pós-operatório do mesmo grupo, conforme publicado em estudo anterior, a fim de avaliarmos se houve ou não modificação dos resultados ao longo do tempo.
Resultados Não houve diferença estatística entre as pontuações nas escalas. As pontuações na escala da UCLA atual foram de 33,8 para o RTT e de 32,9 para o RPCL (p = 0,113), e na escala de Constant-Murley, foram de 91,9 e 86,8, respectivamente (p = 0,075). Para o RTT, a pontuação anterior na escala da UCLA (com 2 anos de pós-operatório) foi 32,4, e a atual, de 33,8 (p = 0,374); para o RPCL, foi de 32,4 com 2 anos de pós-operatório, e de 32,9 atualmente (p = 0,859). No RTT, a força média foi estatisticamente maior do lado dominante (11 kg) do que no não dominante (7,80 kg) (p = 0,023) e aqueles do RPCL (8,25 kg) (p = 0,042).
Conclusão Não houve diferença estatística em médio prazo na comparação das pontuações nas escalas da UCLA e de Constant-Murley em relação à técnica utilizada (RTT ou RPCL), nem alteração nas pontuações na escala da UCLA entre 2 e 6 anos de pós-operatório. Nos pacientes submetidos à RTT, a força média foi estatisticamente maior do lado dominante do que no não dominante, e maior do que nos pacientes submetidos à RPCL.