A existência e preservação de parques urbanos ou áreas com remanescentes de vegetação em meio a ambientes densamente urbanizados se constitui em importante alternativa de manutenção das funções hidrológicas do solo próximas de suas características naturais, atenuando os desequilíbrios decorrentes do adensamento urbano nos processos físicos, em especial os hidrológicos. Neste sentido, com o presente trabalho objetivou-se avaliar a eficiência hidrológica de áreas com vegetação remanescente na bacia hidrográfica do córrego Botafogo em Goiânia. A metodologia compreendeu a avaliação das estimativas de velocidade de escoamento, precipitação efetiva, potencial de infiltração e coeficiente de escoamento superficial de áreas que passaram por adensamento urbano e de áreas que se mantiveram preservadas entre os anos de 1988, 1998, 2008 e 2018. Os resultados indicam aumento médio de 3,8 m/s nas velocidades de escoamento, aumento da precipitação efetiva, redução do potencial de infiltração, bem como aumento dos coeficientes de escoamento superficial, especialmente em áreas densamente urbanizadas. Para as áreas preservadas a tendência foi de manutenção dos valores das variáveis hidrológicas no período avaliado. Destaca-se que as áreas de vegetação remanescente tendem a sofrer os efeitos do escoamento superficial de áreas densamente urbanizadas localizadas à montante, com o escoamento concentrado provocando processos erosivos até mesmo em áreas vegetadas. Desta forma, destaca-se a importância da manutenção, bem como da instalação de áreas verdes em ambientes urbanos como forma de atenuar os desequilíbrios, especialmente aqueles relacionados às funções hidrológicas do solo.