Resumo.A instalação de sistemas fotovoltaicos em espelhos d'água vem sendo apresentada como mais uma alternativa tecnológica para utilização da fonte solar fotovoltaica. Estes têm ganhado espaço em alguns países, especialmente aqueles que possuem restrição de terras para instalação de sistemas convencionais. Existem algumas variações tecnológicas dessa solução, principalmente com relação aos flutuadores, com diferentes tipos de estruturas sendo propostas. Ainda assim, a ideia básica é semelhante, utilizar uma plataforma flutuante fixada nas margens ou no fundo da água, sobre a qual são instalados os módulos fotovoltaicos. Este trabalho discute as potenciais vantagens e desafios de instalação desse tipo de sistema. Avalia-se que algumas das principais vantagens, como os ganhos de eficiência, necessitam de mais estudo, a fim de determinar se estas são suficientes para compensar algumas dificuldades, como por exemplo a não utilização (na maioria dos flutuadores) de rastreamento e o incremento de custos em relação aos projetos em terra. Os impactos ambientais também devem ser avaliados, principalmente com relação às alterações na vida marinha. Os projetos piloto em operação no país e no mundo podem auxiliar a responder muitas dessas questões. Considerando o maior custo de instalação, o custo da geração das fotovoltaicas flutuantes não parece competitivo neste momento. É necessário monitorar se, com o crescimento do número de instalações no mundo, os custos de estrutura serão reduzidos até um nível em que haja competitividade. Ainda, não foram identificadas externalidades positivas ou benefícios em relação aos sistemas fotovoltaicos convencionais que não possam ser capturados com a regulação vigente. Assim, deve-se acompanhar a evolução da tecnologia, permitindo sua competição com as demais, sem a necessidade de introdução de subsídios ou contratações dedicadas.