Introdução: Em meio à pandemia da COVID-19, as doenças febris indiferenciadas estão sendo menos detectadas e ou confundidas em diagnósticos clínicos, o que implica em tratamentos tardios e a piora no prognóstico. Objetivo: Avaliar as internações e a taxa de mortalidade das doenças febris indiferenciadas que ocorreram simultaneamente a COVID-19 no Brasil. Método: Foi realizada uma análise descritiva e quantitativa do número das internações mensais, taxas de mortalidade, gastos e permanência média das internações por leishmaniose visceral, leptospirose, malária e dengue. Os dados foram obtidos no Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde (SIH/SUS), durante os primeiro oito meses de 2020 e confrontados com valores médios desse mesmo período dos anos de 2017 a 2019. Resultados: O número de internações por leishmaniose visceral, leptospirose e malária em 2020 apresentaram um decréscimo de 32,87%, 43,59%, 29,31%, enquanto dengue um acréscimo de 29,51% em comparação as médias de 2017 a 2019. A taxa de mortalidade (2020) teve acréscimo de 32,64%, 38,98%, 82,55% e 14,26% para as respectivas doenças. Os gastos e os tempos médios de permanência oscilaram proporcionalmente de acordo com as internações, sem importantes variações detectadas. Discussão: Discutiu-se a possibilidade de subnotificações, diagnósticos equivocados e tardios, com consequente aumento da taxa de mortalidade nas doenças febris indiferenciadas. É necessário que o sistema de saúde esteja em atenção, e não negligencie as doenças febris indiferenciadas já endêmicas do país em decorrência do momento pandêmico.