A interdisciplinaridade é, na segunda década do século XXI, um conceito profundamente atual. Esta visa analisar, sintetizar e harmonizar as ligações entre as diferentes disciplinas da saúde como um todo coordenado e coerente. Assim, esta vem substituir o amplamente utilizado conceito de multidisciplinaridade, que valoriza igualmente o conhecimento de todas as disciplinas da área da saúde, mas que não permite que se ultrapassem as barreiras / fronteiras entre as mesmas.A obra "Temas interdisciplinares sobre qualidade de vida e saúde", logo no seu título, deixa clara uma mensagem que importa reter: o trabalho interdisciplinar em saúde é o caminho para uma efetiva melhoria da qualidade de vida da pessoa-alvo da prestação de cuidados. Portanto, desde logo, os organizadores deste livro deixam de parte qualquer forma ou vislumbre de corporativismo, colocam o utente/cliente no centro da prestação de cuidados e, dessa forma, vão de encontro a um outro conceito cada vez mais fundamental nos sistemas de saúde atuais: cuidados centrados na pessoa.A partir daí, ao longo de 12 capítulos, os autores debruçam-se sobre os mais variados temas, tais como a saúde mental, o autocuidado, o exercício físico e a alimentação, a comunicação clínica, os cuidados transculturais, e até mesmo o raciocínio clínico dos enfermeiros. Todos estes temas têm em comum, desde logo, a sua relevância enquanto veículos para a promoção da qualidade de vida da pessoa-alvo da prestação de cuidados e, adicionalmente, o seu marcado cariz de atualidade no atual panorama nacional e internacional da saúde.A título de exemplo, a comunicação clínica é, na atualidade, um indicador de qualidade nuclear para a prestação de cuidados de saúde. Em alguns países, como é o caso dos Estados Unidos da América, sempre que é apresentada uma queixa / denúncia contra um profissional de saúde devido à sua (má) prática comunicacional, este tem obrigatoriamente que realizar formação contínua para