A Síndrome do Ovário Policístico (SOP) é uma desordem endócrina complexa de etiologia multifatorial, caracterizada por hiperandrogenismo, resistência insulínica, obesidade, ovários policísticos e irregularidade menstrual. É uma patologia que afeta amplamente a vida da mulher e é a principal causa de infertilidade relacionada à anovulação. O presente artigo realizou uma revisão narrativa de literatura de forma a identificar e descrever, com base nas evidências disponíveis, as complicações em gestações de mulheres portadoras da SOP, elucidando as principais repercussões perinatais e neonatais associadas. É sabido que o tratamento da infertilidade gerada pela SOP envolve mudanças comportamentais, indução ovariana com gonadotrofinas e fertilização in vitro (FIV) - indicada como última linha de tratamento devido ao risco aumentado de Síndrome da Hiperestimulação Ovariana. Ademais, a SOP acarreta diversos contratempos para o binômio mãe-feto, como risco aumentado para diabetes gestacional, síndromes hipertensivas, parto prematuro, coriamnionite e abortos espontâneos. Embora muito já se tenha descoberto sobre os efeitos da SOP na gestação, ainda são necessários mais estudos objetivando o diagnóstico e tratamento em tempo hábil, o que pode modificar a história natural da condição, revertendo seu potencial patogênico.