Síndrome de Pandora: Fisiopatogenia e Terapêutica

Abstract

A Síndrome de Pandora consiste em uma desordem no trato urinário inferior de felinos, sua patogenia não está totalmente elucidada, mas sabe-se que há fatores predisponentes ao seu surgimento, como: genético, baixa taxa de ingestão hídrica, estresse ambiental, obesidade, vida doméstica moderna do gato e falta de atividades físicas. O objetivo deste trabalho foi relatar as principais informações descritas sobre essa afecção, além de seu impacto no organismo nestes animais. Assim, foram pesquisados artigos em bases de indexação de documentos, artigos e livros, como Scielo, Google Scholar, Pub Med e Scopus nos últimos 11 anos buscando informações mais relevantes e recentes sobre a doença. A síndrome se mostra de forma complexa que apresenta sinais clínicos inespecíficos, tornando seu diagnóstico bastante dificultoso, sendo necessário o emprego de vários exames laboratoriais. O tratamento envolve terapia multimodal com manejo ambiental, promoção do enriquecimento ambiental, redução dos fatores estressantes que possam afetar o animal. Ademais, essa enfermidade exerce um impacto negativo sobre o abandono animal, pois animais com a Síndrome tendem a sofrerem abandono. Portanto, os estudos sobre essa alteração são importantes para atualização de profissionais permitindo promover o bem-estar e melhor expectativa de vida dos seus pacientes, além disso, conscientizar os tutores sobre a doença.

Síndrome De Pandora: Relato De Caso

“…Com os resultados dos exames, o animal foi diagnosticado com síndrome de pandora. Para tratamento domiciliar, uma das medicações prescritas foi a amitriptilina, porém, segundo Lima et al (2021), essa medicação só deve ser utilizada em casos graves ou recidivantes, quando não há uma boa resposta com a redução do estresse, através da terapia multimodal, e mudanças na dieta, estimulando a ingestão hídrica através de alimentos mais úmidos/pastosos.…”

“…No retorno, houve o aparecimento de outros sintomas relacionados a doença segundo a literatura, sendo eles lambedura em região prepucial (LIMA et al, 2021), dor abdominal (JÚNIOR et al, 2019 e vesícula urinária repleta (SOUZA et al, 2016) com consistência rígida, condizente com um quadro de obstrução uretral, o que vai de acordo com Jericó et al (2015), que afirma que esta acontece em 15% a 20% dos machos.…”

“…No que diz respeito ao tratamento, em pacientes obstruídos, deve-se internar para a realização de fluidoterapia intravenosa (SOUZA et al, 2016), cistocentese descompressiva, analgesia, desobstrução uretral com manobras que incluem massagem peniana, cateterização uretral, hidropropulsão e compressão vesical (NELSON, COUTO., 2015); além da administração de anti-inflamatórios não esteroidais (LIMA et al, 2021). Em animal estável e alerta, pode-se administrar α1antagonista, como a fenoxibenzamina ou prazosina para diminuir os espasmos uretrais (NELSON, COUTO., 2015).…”

“…Após a desobstrução, ou em casos da forma não obstrutiva, deve-se reduzir o estresse, alterar a alimentação e o aumento da ingestão hídrica (JERICÓ et al, 2015). Pode ser recomendado o uso de antidepressivos tricíclicos como a amitriptilina, e terapia com glicosaminas associada à sulfato de condroitina (LIMA et al, 2021).…”

“…A prevenção é essencial, na qual o proprietário deve estar atento às manifestações prodrômicas e reconhecer atividades que sejam estressantes para o indivíduo (LIMA et al, 2021). O objetivo deste trabalho é apresentar um relato de caso de um felino com síndrome de pandora, que acarretou em obstrução uretral, descrevendo seus achados de exame físico e exames complementares como apoio diagnóstico.…”