O HPV é o agente etiológico do câncer de colo de útero. É a segunda principal neoplasia entre as mulheres, quando considerados os países menos desenvolvidos e de baixa renda. Apesar do desenvolvimento de três imunizantes eficazes na prevenção de infecções e de lesões HPV-relacionadas, nem sempre se observa o cumprimento completo do esquema vacinal. Acredita-se que o número de doses seja um fator preponderante para a baixa adesão. Nesse intuito, o objetivo do estudo foi verificar se o esquema reduzido de doses tem uma eficácia e durabilidade comparáveis ao esquema ampliado. Trata-se de uma revisão sistemática da literatura cuja estratégia de pesquisa bibliográfica incluiu consulta às bases de pesquisa PubMed e SciELO no primeiro semestre de 2022. Os critérios de inclusão foram: Estudos clínicos randomizados publicados em língua inglesa, portuguesa ou espanhola; Publicações dos últimos cinco anos; Publicações nas quais a intervenção é a aplicação da vacina na população adolescente ou adulta; Publicações que avaliam diferentes esquemas vacinais e Publicações com desfecho relacionado à eficácia e durabilidade dos esquemas vacinais. Os critérios foram avaliados por dois revisores independentes e o risco de viés das publicações foi analisado pelo checklist CONSORT. Foram reunidos 54 artigos, dos quais 12 foram elegíveis. Os resultados deste estudo demonstraram que os esquemas reduzidos de uma ou duas doses possuem imunogenicidade, eficácia e durabilidade da proteção anti-HPV satisfatórias, sem prejuízos em relação a esquemas de três doses. Portanto, esquemas reduzidos, se tornam uma estratégia de imunização , principalmente no que tange aos países em desenvolvimento, que teriam seus programas de vacinação fortalecidos e a cobertura vacinal ampliada.