Introdução: O câncer do colo do útero é o terceiro tumor maisfrequente na população feminina e pode ser detectado na faseinicial de instalação por técnicas de rastreamento. Objetivo:Descrever as características sociodemográficas, econômicase comportamentais de mulheres não cobertas pelo rastreio docâncer do colo de útero residentes na cidade de Curitiba, Brasil.Casuística e Métodos: Trata-se de um estudo transversal dedados secundários do Ministério da Saúde obtidos pelo Sistemade Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para DoençasCrônicas não Transmissíveis por Entrevista Telefônica para osanos de 2013 e 2014. Resultados: Participaram 2.164 mulheresadultas. Resultou em 10,2% (IC95%: 7,3 – 13,1) de mulheresnão cobertas por exame preventivo do câncer do colo do útero;4,6 pontos percentuais abaixo da média nacional (14,6%;IC95%: 11,8 – 17,1). A não cobertura foi maior nas mulherescom mais de 64 anos de idade (46,2%; IC95%: 39,7 – 52,2) ecom menos de 25 anos (18,7%: IC95%: 15,2 – 21,1), sendo que35% tinham idade que as incluíam na população de risco. Afalta de cobertura do rastreio foi maior em mulheres com baixaescolaridade (43,2%; IC95%: 40,5 – 46,0); 76,6% delas nãoconviviam com companheiros e 8% percebiam negativamente oseu estado de saúde; 46,6% (IC95%; 43,1 – 48,7) não realizarammamografia; 6,3% (IC95%: 5,2 – 7,3) eram fumantes; 3,4%(IC95%: 2,5 – 4,2) consumidoras abusivas de álcool; 38%(IC95%: 35,4 – 39,8) eram inativas no lazer e 33% (IC95%:30,6 – 36,1) eram hipertensas. Conclusão: O não engajamentono rastreio do câncer do colo do útero foi maior nas classessociais com menor poder econômico, sugerindo a necessidadede maior destinação de recursos financeiros e humanos para apopulação mais vulnerável no anseio de ampliar a coberturado programa de rastreio, sem prejuízo às demais camadas dapopulação.