Sítios simbólicos de pertencimento e prevenção e controle da tuberculose: percepções e práticas dos Agentes Comunitários de Saúde no Brasil e na Etiópia

Abstract

Resumo O objetivo do artigo é avaliar a contribuição do DOTS comunitário, do inglês “Directly Observed Treatment Short-Course”, nas ações de prevenção e controle da tuberculose na atenção primária no Brasil e na Etiópia, a partir das percepções e práticas dos agentes comunitários de saúde (ACS). Utilizou-se o referencial conceitual e metodológico dos sítios simbólicos de pertencimento, com suas três tipologias: caixas preta, conceitual e operacional. Empregou-se o estudo de dois casos contrastantes, triangulando e complementando informações advindas de entrevistas semiestruturadas com ACS e profissionais de saúde e também observação participante. Os achados destacam o sentido de comprometimento dos ACS como um valor importante nas ações desenvolvidas em ambos contextos. Os principais desafios são a insuficiência de capacitação e supervisão das ações realizadas (caixa conceitual), assim como as dificuldades de acesso (caixa de ferramentas), expressas em distâncias geográficas no caso etíope e em barreiras relacionadas à violência no território, não explicitadas, no contexto brasileiro. Isto implica em um esforço contínuo dos ACS para adaptar suas práticas, respeitando os valores culturais (caixa preta) que dão sentido e direção às suas ações na superação dos desafios.

Dificuldades de captação precoce de pacientes sintomáticos respiratórios na atenção primária à saúde: a contribuição dos agentes comunitários de saúde

“…Para tal prática se faz necessária a implementação da educação permanente de maneira periódica para reciclagem e aperfeiçoamento das práticas diárias deste profissional que em meio a rotina enfrenta várias dificuldades pertinentes a adesão do usuário ao tratamento, dúvidas quanto a patologia, fluxos estabelecidos para o manejo conforme indicam os documentos técnicos voltados para a condução dos casos pré-existentes e rastreamento de novos casos, de forma que ocorra o envolvimento coletivo da equipe, em que todos falem a mesma linguagem e desenvolvam ações de forma alinhada para uma possível mudança da realidade de uma comunidade (DE AZEVEDO et al, 2021). educador em saúde da população e caracteriza-se como a ligação direta da equipe de saúde com a comunidade, envolvendo a comunidade para colaborar com o sistema de saúde para que este responda as demandas e suas complexidades (SCHLEIFF, et al, 2021;CARDOSO, et al 2020;PINTO, et al, 2018).…”

“…De acordo com os estes profissionais os ACS deveriam ter um treinamento formal nas ações de TB: Somente poucos ACS são capazes de realizar tantas atividades recomendadas. Eles precisam de mais treinamento e capacitação (farmacêutico)(CARDOSO, et al 2020(CARDOSO, et al , p. 2933.Curso introdutório de formação genérica inicial (diagnóstico da área, carteira de serviços, organização da APS), de duração de uma semana, com 40 horas; Falta de oferta contínua de treinamentos para qualificação da abordagem da temática no território; Falta de conhecimento sobre os efeitos colaterais das drogas e suas interações; Falta de incentivo financeiro para ir ao centro de saúde pegar as medicações (Às vezes o ACS manda o paciente vir ao centro de saúde pegar as medicações); Falta de conhecimento, principalmente no rastreamento de faltosos; Desvio da função desse trabalhador; Relação com os outros profissionais de saúde [...] eles não me consideram muito… acho que é porque eu sou uma ACS [...]; Não reconhecimento do papel do ACS como profissional identificador de problemas.…”

“…Uma ACS na Etiópia relata: Eu tento discutir os casos no centro de saúde, mas eles não me consideram muito… acho que é porque eu sou uma ACS. No Brasil uma ACS diz que uma das dificuldades que vivencia é: Falta de parceria no território e ajuda dos profissionais(CARDOSO, et al 2020(CARDOSO, et al , p. 2933.Brazilian Journal of Health Review, Curitiba, v. 6, n. 1, p. 2164-2176, jan./feb., 2023 A seguir o quadro 2 aponta, para maior elucidação, as dificuldades levantadas durante a compilação dos estudos citados no quadro 1, os quais apresentaram a temática sobre o manejo da tuberculose voltada para as práticas diárias dos agentes comunitários de saúde:Quadro 2: Levantamento das dificuldades vivenciadas pelos ACS relacionadas a captação precoce de pacientes sintomáticos respiratórios na atenção primária à saúde.…”

Difficulties in early detection of respiratory symptomatic patients in primary health care: The contribution of community health workers

“…CHWs began to act in Brazil from isolated experiences in the late 1970s. In the 1990s, the first professional courses were created and in 2002 the profession was created (CARDOSO, et al, 2020).…”

“…Difficulties in early detection of respiratory symptomatic patients in primary health care: The contribution of community health workers with the community, involving the community to collaborate with the health system so that it responds to the demands and their complexities (SCHLEIFF, et al, 2021;CARDOSO, et al 2020;PINTO, et al, 2018).…”