Objetivo: identificar alterações dimensionais nos arcos dentários superior e inferior na má oclusão Classe II, divisão 1, com deficiência mandibular (Padrão esquelético II). Métodos: 48 pacientes com má oclusão Classe II, igualmente divididos quanto ao gênero, foram comparados com 51 indivíduos com oclusão normal, sendo 22 do gênero masculino e 29 do gênero feminino. Todos os 99 indivíduos estavam no estágio de dentadura permanente, com os segundos molares permanentes irrompidos ou em irrupção, com idade média de 12 anos e 5 meses (desvio-padrão de 1 ano e 3 meses), numa faixa etária oscilando entre 11 anos e 4 meses e 20 anos. Conclusão: os resultados permitem concluir que, na má oclusão Classe II, divisão 1 com deficiência mandibular, o arco dentário superior encontra-se alterado, mostrando-se atrésico e mais longo, enquanto o arco dentário inferior é pouco influenciado pela discrepância sagital de Classe II.
Resumo
INTRODUÇÃO e RevIsÃO De lITeRaTURaÉ difícil determinar a incidência da má oclusão Classe II na população mundial com base na literatura disponível, uma vez que os critérios metodoló-gicos empregados, bem como a formação dos pesquisadores, variam muito entre os diversos estudos, além das possíveis interferências étnicas. Para se ter ideia, a incidência de má oclusão Classe II, divisão 1, na literatura oscila entre 8,6% 3 e 33,7%
12. O mesmo ocorre para a divisão 2, cuja epidemiologia estendese de 0,6% 3 a 6,7%
17. Uma análise oclusal criteriosa feita por ortodontistas revelou que, no Brasil, a má oclusão Classe II alcança uma porcentagem de quase 50% das más oclusões nas dentaduras decídua 24 e mista 25 , levando em consideração a chave de caninos decíduos ou de pré-molares, na dependência do estágio do desenvolvimento da oclusão.A má oclusão Classe II refere-se a um erro sagital entre os arcos dentários e pode manifestar-se em faces normais (Padrão esquelético I) e em faces com deficiência mandibular (Padrão esquelético II). De acordo com a análise facial, em torno de 15% da população escolar de Bauru/SP no estágio de dentadura mista manifesta discrepâncias esqueléticas acompanhando a Classe II, das quais 11,5% apresentam características peculiares da divisão 1, enquanto os 3,5% apresentam características da divisão 2
25. Em síntese, a má oclusão Classe II é frequente na população e manifesta-se tanto em Padrão esquelético I quanto em Padrão esquelético II (Fig. 1).