ResumoEste trabalho investigou a qualidade de sono de mulheres com câncer de mama e suas relações com qualidade de vida e depressão. Cinqüenta mulheres com câncer de mama (grupo clínico) e cinqüenta controles responderam um questionário médico-demográfico e ao instrumento Pittsburgh Sleep Quality Index. O grupo clínico também respondeu aos instrumentos Quality of Life Cancer-Survivor e Brief Zung SelfRating Depression Scale. Verificou-se que mulheres com câncer tinham significativamente mais queixas de nictúria, calor e despertares noturnos. O grupo clínico com má qualidade do sono apresentou comprometimento na qualidade de vida e mais sintomas de depressão. Em geral, a qualidade de sono em mulheres com câncer de mama pode predizer a qualidade de vida e o bem estar psicológico. Palavras-chave: Câncer de mama, insônia, qualidade de vida, depressão.
AbstractThis study investigated the sleep quality of women with breast cancer and their relationship with quality of life and depression. Fifty women with breast cancer (clinical group) and a control group of other 50 women without the disease answered a clinical-demographic questionnaire and the Pittsburgh Sleep Quality Index. The clinical group also completed the Quality of Life Cancer-Survivor and the Brief Zung SelfRating Depression Scale questionnaires. It was found that women with breast cancer had significantly more complaints of nocturia, heat and nighttime awakenings. The clinical group with poor quality of sleep reported impaired quality of life and more symptoms of depression. In general terms, sleep quality in women with breast cancer can predict their quality of life and psychological well-being. Keywords: Breast cancer, insomnia, quality of life, depression.* Este artigo foi parte da dissertação de mestrado da primeira autora, sob orientação da terceira autora. Este trabalho recebeu apoio financeiro do Conselho Nacional Queixas de sono, particularmente insônia, são freqüen-tes em pacientes com câncer de mama, com prevalências que superam as encontradas na população geral. Os resultados sumarizados em recente revisão sobre o tema e estudos complementares mostram que a prevalência da insônia, tanto na hospitalização, quanto ao longo do tratamento ou depois, pode variar entre 23% e 80% (Bardwell et al., 2008;Fiorentino & Ancoli-Israel, 2006; Furlani & Ceolin, 2006). Contudo, diferentemente da atenção que recebem outras manifestações físicas ou psicológicas que acometem o paciente oncológico, como fadiga, dor, náu-sea, depressão e ansiedade, problemas de sono são vistos como uma reação esperada e temporária, advinda de circunstâncias estressoras que circundam o diagnóstico (impacto emocional, ansiedade, depressão, sensação de incerteza) e do tratamento (hospitalização, procedimentos cirúrgicos, efeitos colaterais de medicação como náusea e vômito). No entanto, embora tal miríade de estressores seja o evento precipitante, a dificuldade em obter um sono de boa qualidade e de duração adequada pode se perpetuar em decorrência do estabelecimento de hábitos inadeq...