Introdução: A cirurgia plástica facial é uma das áreas mais difíceis de se prover experiência prática para os residentes de otorrinolaringologia. Complicações de ritidoplastia têm sido amplamente relatadas na literatura. Objetivo: Este estudo avalia a incidência de complicações de ritidoplastias realizadas por residentes, sob supervisão adequada de um cirurgião experiente, em um Serviço de Residência Médica em Otorrinolaringologia. Forma de estudo: Análise de prontuários. Material e método: Os prontuários de 62 ritidoplastias consecutivas realizadas entre março de 1999 e março de 2001 foram retrospectivamente revisados. Foram obtidas informações sobre o paciente, o procedimento cirúrgico e as complicações pós-operatórias. Resultado: Os índices apresentados foram de 12,9% dos pacientes com complicações isoladas em resultado da cirurgia e 6,5% com mais de uma complicação. Incluem 1 hematoma volumoso (1,6%), 5 hematomas leves (8,1%), 3 seromas (4,8%), 2 deiscências de sutura (3,2%), 1 infecção (1,6%), 1 fístula salivar de parótida (1,6%), 1 deformidade de lóbulo de orelha (1,6%) e 1 parestesia de pavilhão auricular (1,6%). Não ocorreu nenhum caso de paralisia facial, eventos cardiopulmonares ou óbito. Houve apenas uma paciente do sexo feminino que expressou insatisfação com a cirurgia (1,6%). Conclusão: Apesar destes dados serem clinicamente relevantes, o tamanho da amostra é pequeno para se chegar a conclusões estatisticamente significantes. Apenas podemos sugerir que o ensino da ritidoplastia no ambiente acadêmico é eficiente e seguro, desde que realizado cuidadosamente pelo residente, com domínio teórico da técnica e da anatomia e sob supervisão de um cirurgião experiente.